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1st SFOD-D - Delta Force


A função tradicional das guerras é mudar um estado existente de poder. No início dos anos 70, uma forma nova de guerra, ou talvez um modo novo de praticar uma forma muito antiga da guerra, emergiu - o terrorismo de estado. Nações que não eram militarmente poderosas aprenderam a usar táticas terroristas para alcançar objetivos e concessões que elas nunca poderiam ganhar por meios diplomáticos ou militares. Quando esta nova forma de guerra começou, os Estados Unidos não estavam preparados para enfrentá-la. Não possuía uma política nacional nem capacidade de inteligência para prever atos de terrorismo, nem qualquer força militar treinada de forma adequada e preparada para as ameaças terroristas. Embora os Estados Unidos fossem a nação mais poderosa do mundo, suas capacidades militares estavam enfocadas apenas na União Soviética.

Em 1972, atletas israelenses foram massacrados por terroristas de Setembro Negro nas Olimpíadas de Munique. Esta tragédia poderia ter sido evitada se os guardas alemães tivessem habilidade para abater os terroristas quando eles conduziram os reféns pela pista do aeroporto. Os israelenses consideraram profundamente esta lição e em 4 de julho de 1976, 86 pára-quedistas israelenses aterrissaram no Aeroporto de Entebbe em Uganda. A missão deles era salvar os passageiros de um avião da Air France seqüestrado oito dias atrás por um comando palestino. Em uma questão de minutos, os pára-quedistas tinham salvado os 95 reféns e tinham matado 4 terroristas - entretanto às custas das vidas de dois reféns e do comandante dos chefe dos pára-quedistas israelenses.

As notícias do resgate correram o mundo inteiro - e mostrou mais ainda a insuficiência americana em lidar com este tipo de problema. Esta verdade já tinha vindo a tona em Maio de 1975: Foram mortos 41 fuzileiros navais americanos em uma tentativa para salvar a tripulação de 39 homens do navio mercante americano Mayaguez depois que este foi capturado pelo governo cambojano. A tentativa de resgate falhou. Estes incidentes indicaram claramente que os Estados Unidos estavam desprevenidos para lidar com situações de reféns.

Em meados dos anos 70, três homens do governo americano começaram a instigar pela criação de uma unidade de elite "especial" para lidar com esta ameaça não convencional: Ten. General Meyer, Diretor de Operações do Exército, o Maj. General Kingston, Comandante das Forças Especiais do Exército e Robert Kupperman, responsável pela Agência de Controle de Armas e Desarmamento, que estava realizando um estudo sobre terrorismos para o Governo.

Eles acreditavam que pouco apoio seria encontrado para o desempenho das missões da nova "unidade de elite" entre os serviços, e até mesmo dentro de todo o Exército e que toda a tecnologia na qual o Exército estava investindo tão pesadamente - tanques, helicópteros, projéteis de defesa de ar, portadores de pessoal blindados, e toda a maquinaria do campo de batalha de moderno - era de pouco valor na guerra contra-terroristas. A oposição ao projeto originou-se principalmente de duas fontes: um preconceito contra unidades de elite como tal - elites nunca foram populares no exército norte-americano - e a percepção que a unidade roubaria recursos e capitais disponíveis da estrutura da força existente.

O Ten. General Meyer apresentou o conceito desta unidade de missão especial para o Chefe de Pessoal do Exército General Bernard Rogers. Esta unidade deveria ser a primeira força de contra-terrorismo americana. Porque era esperado que lidasse com as situações de crise mais complexas, teria capacidades como nenhuma outra unidade militar. Seria organizado com três esquadrões operacionais e um esquadrão de apoio; e seria composto de homens do exército com maturidade especial demonstrada, coragem, motivação, e a habilidade física e mental para reagir na solução de todo tipo de situação de crise adequadamente.

O Exército ativou a unidade oficialmente em 21 de novembro de 1977, mas ocupou outros dois anos para desenvolver as táticas e procedimentos requeridos para a missão projetada da unidade. Foi batizada de 1º Destacamento Operacional de Forças Especiais (1st Special Forces Operational Detachment Delta - 1st SFOD-Delta -1SFOD-D). Mas oficialmente este nome não existe, e o grupo - Porém a chamam também de (Combat Applications Group - CAG). O comando da nova unidade de elite foi entregue ao Coronel do Exército Charlie Beckwith, que serviu no SAS britânico nos anos de 1962/1963, durante um programa de intercâmbio, e que ao retomar ao Exército norte-americano sempre teve em mente a criação de uma organização com o mesmo estilo, ideais e funções.

É importante não confundir a Força Delta com o Delta Project, Detachment B-52, que foi uma Força Especial enviada ao Vietnã em meados da década de 60 e que também, em certa ocasião, foi comandada pelo mesmo Coronel Charlie Beckwith. Esta era uma organização totalmente diferente e com um conceito bastante distante da atual Força Delta.

ESTRUTURA DA FORÇA DELTA

A Força Delta está aquartelada em Fort Bragg, Carolina do Norte. Seguindo o padrão SAS, que é considerado ainda hoje o mais perfeito do mundo, a Força Delta é dividida em esquadrões que são por sua vez subdivididos em tropas. As tropas são sempre compostas de 16 homens, fortes físicamente e mentalmente, capazes de operar tanto como tropas ou em 2 grupos de 8, 4 grupos de 4 ou 8 grupos de 2 elementos. Nos estágios iniciais, havia apenas um esquadrão, o Esquadrão A, que dividiu-se em 2, formando, então, o Esquadrão B, no início de 1979. Hoje a Força Delta consiste de três esquadrões ( A, B e C, que foi criado pouco antes da Guerra do Golfo) de 75 homens cada, comandados por um Tenente Coronel.

O esquadrão Sabre, como é chamado, é composto por sua vez de tropas de quinze a vinte e um homens cada uma, que podem ser subdivididas em equipes de quatro a seis homens. Todos são sargentos, dos mais variados níveis. Estas equipes são organizadas ao longo das linhas de ação, mas são geralmente associadas com uma especialidade específica, tal como mergulho, HALO, como tropa aérea ou de barco ou escalada de montanha e possuem uma cor código. Os homens que fazem parte da Força Delta são designados operadores, devido algumas situações legais e políticas. Eles não podem ser chamados de operativos por causa de conotações de espionagem ligadas a CIA. E o termo agente tem também algumas restrições legais.

A Força Delta também possui um pelotão de comunicações (sinaleiros), um pelotão de aviação, dotado de doze AH-6 de Ataque e MH-6 de Transporte, que muitas vezes usam cores civis e n° de registros falsos para suas operações secretas. Apesar de possuir este pelotão a Delta sempre pode contar em suas operações globais do apoio do 160th SOAR - (Special Operations Aviation Regiment - Airborne / Regimento de Operações Especiais de Aviação - Aerotransportada), com seus MH-6/AH-6, MH-60/AH-60 e MH-47.

A Força Delta também tem um pelotão especial conhecido como "Funny Platoon". Este pelotão é responsável pelo trabalho de inteligência, e é a única unidade das Forças Especiais do Exército a incluir operadores femininos em funções de combate, este pelotão sempre se infiltra antes em um país onde a Força Delta vai operar, com o objetivo de recolher dados de inteligência.

A Força Delta também possui unidades menores responsáveis pela seleção e treinamento, logística, finanças, exigências médicas da unidade, pesquisa e desenvolvimento, tecnologia e eletrônica.

Apesar de ter o seu próprio apoio aéreo de helicópteros a Força Delta conta também com os serviços das aeronaves do Exército (especialmente do 160th SOAR) e da USAF (quando necessário). Acredita-se que a Força Delta tenha cerca de 300 a 400 (alguns dizem até 800) operadores sendo que a metade disto é de combatentes.

Estrutura de comando (Postos e exigências):

  • Oficial Comandante do SFOD-D: Coronel

  • Oficial Executivo (XO): Tenente Coronel

  • Chefe de Esquadrão: Tenente Coronel

  • Chefes de Diretórios (Administrativo/Inteligência/Logística/Operações/Suporte): Tenentes Coronéis

  • Chefes de Tropa: Capitães ou Majores, mais um 1° Sargento

  • Chefes de Esquadra: Sargentos seniores

SELEÇÃO E TREINAMENTO

Os critérios para seleção dos candidatos são as seguintes:

  • Homem (exceções para o "Funny Platoon").

  • Voluntário.

  • Cidadão americano.

  • Idade entre 22-26 anos.

  • Qualificado no teste de aptidão física do Exército (APTF) - FM 21-20.

  • Qualificado na avaliação psicológica.

  • Qualificado na investigação de seu passado.

  • Qualificado para operações aerotransportadas ou voluntário para treinamento aerotransportado.

  • Mínimo de dois anos ativo em sua unidade.

  • Esteja entre os graus de E-5 (Sargento) e E-7 (Sargento de Primeira Classe) para graduados ou caso seja um oficial, esteja entre O-3 (Capitão) e O-4 (Major) com pelo menos 1 ano de sucesso de comando a nível de companhia para oficiais.

  • Os graduados devem ter o Advance Course e os oficiais devem ter um título de B.S. ou B.A.

A maioria dos candidatos para Força Delta vem de unidades de elite do Exército americano como os American Rangers e os U.S. Army Special Forces (Boinas Verdes), porém os candidatos podem ser tirados de qualquer unidade do Exército, inclusive da Reserva do Exército e da Guarda Nacional ou de outros serviços. Inicialmente os candidatos são selecionados normalmente de três modos. O primeiro destes acontece em resposta aos anúncios feitos pelo Exército em suas bases. O segundo método está relacionado a recomendações pessoais de fontes cujas opiniões são importantes aos recrutadores da Força Delta. E finalmente, em situações em que a unidade requererá as habilidades de indivíduos que poderiam não ser encontrados em uma das duas primeiras categorias.

Se os comandantes da Força Delta sentem que um indivíduo seria uma valiosa adição ao 1SFOD-D, como por exemplo um atirador particularmente eficiente - 90% de acertos a 914 metros do alvo - um homem fluente, por exemplo, nos dialetos curdos falados no norte iraquiano - ou alguém que possui grandes habilidades técnicas que serão úteis para futuras operações, um representante da Força Delta especialmente escolhido será despachado para entrevistar aquela pessoa e se a avaliação for positiva são convidados a participarem do recrutamento. Se aprovados os candidatos deverão se comprometer em servir durante três anos nas unidades. Eles recebem um soldo apenas 30% acima do padrão. Todos os membros da Força Delta usam pagers para serem acionados a qualquer momento.

A Força Delta propositalmente relaxa com alguns padrões militares, e seus membros podem usar em alguns momentos cabelo longo, brinco, barba, etc., para ajudar em operações secretas. Todos os membros da Força Delta e as suas famílias possuem determinadas histórias de cobertura para impedir que a sua relação com a unidade seja descoberta. Todos os membros do 1SFOD-D estão no nível mínimo de Sargentos (E-5), para os graduados ou de Capitães (O-3) para os oficiais.

Durante o tempo em que o comandante da Força Delta foi o Coronel Beckwith, a seleção e os processos de treinamento eram muito similares àqueles usados no 22º SAS britânico. Nas mãos de outros comandantes, estes processos foram refinados e aperfeiçoados de acordo com conhecimentos mais atuais, porém provavelmente sem alterações fundamentais. Informações colhidas dizem que nenhuma despesa foi poupada na implantação do 1SFOD-D e foram construídas numerosas instalações de tiro (tanto para combates aproximados como para tiros distantes de franco-atiradores), uma piscina nos padrões olímpicos, tanque de mergulho e paredes para se praticar alpinismo. Como as unidades do tipo Delta não sabem quando e onde serão utilizadas, eles treinam para qualquer eventualidade. Estas habilidades são aumentadas pelo intercâmbio com outras unidades do mesmo perfil, em uma troca contínua e programada de treinamentos.

Entre as unidades de contra-terrorismo estrangeiras podemos citar: o 22º SAS (Grã-Bretanha), o GIGN (França), o GSG-9 (Alemanha), o Sayeret (Israel) Matkal/Unidade 269 e o SASR (Austrália). Tal cooperação íntima com outros grupos provê benefícios inumeráveis, inclusive trocas de novas táticas e equipamentos como também o aumento das relações que poderão se provar útil em futuras operações pelo mundo. Os cursos de seleção visam principalmente as qualidades individuais em potencial, mas procuram eliminar os aventureiros, pois o indivíduo que quer tomar-se herói, na verdade configura-se como uma ameaça a seus companheiros, para a missão e para si mesmo. É necessário um padrão extremamente elevado de tiro.

Os "snipers" (franco-atiradores), por exemplo, devem conseguir colocar 100% de seus tiros num alvo a 548m, e 90% a 914m; quando citamos alvo, queremos nos referir ao centro, à parte preta. Grande parcela do treinamento é feita utilizando-se equipamento eletrônico e também dentro de construções conhecidas como"Shooting House" ou Casa de Tiro, para que cada elemento do Delta se tome apto a combater terroristas dentro de residências, cabines de aviões, etc., garantindo, assim, o sucesso da operação.

Eles têm à sua disposição tudo o que existe de mais avançado tecnologicamente nos EUA e em todo o mundo. A Força Delta (1SFOD-D) também solicita projetos específicos de armas e equipamentos para o cumprimento de suas missões. Entre as muitas armas a disposição da Força Delta (1SFOD-D) nós podemos citar: variantes do fuzil de assalto Colt M-16A2, especialmente a versão Colt Commando M-4A1, rifles Remington 870, Mossberg 500, M21, M24 e submetralhadoras da série H&K MP-5, pistolas Beretta M9 e Colt M1911A1, balestras e armas avançadas de ar comprimido atirando dardos, bem como armas eletrônicas, químicas, etc... (quando citamos químicas, nos referimos a espargedores de gás lacrimogêneo).

Normalmente por uma questão de logística e manutenção a Força Delta usa armas americanas, mas de acordo com a missão pode usar armas das mais variadas origens, especialmente russas e israelenses.

Os membros da Força Delta utilizam capacetes com um certa proteção blindada e sob suas vestes, coletes à prova de balas resistentes contra calibres .357 Magnum, 9mm Luger, .45 ACP, .44 Magnum e 12, e com uma placa no centro do tórax em nível 4, protegendo-os de .30-06 AP, 5,56 mm AP, 7,62 x 39 mmAP, 7,62 mm NATO.

A Força Delta lança mão dos mais avançados sistemas de comunicação, durante as suas missões os seus operadores podem inclusive usar um sistema de rádio embutido no seu capacete ou se comunicar através de mensagens escritas em teclados montados em seus pulsos. Além disso utilizam facas de combate, e outros equipamentos avançados para sobrevivência, num intrincado mundo tecnológico em que sua ação se faz necessária.

Foram emitidas para todos os operadores da Força Delta licenças federais para porte de armas, que permitem que eles possam viajar armados para qualquer lugar. Portanto eles sempre estão armados.

PRONTIDÃO DA EQUIPE DELTA

Para manter um esquadrão pronto para a convocação imediata em qualquer lugar do mundo em resposta a um incidente terrorista, foi instituído um programa conhecido como "Bowstring" (algo como corda de arco). Os esquadrões revezam-se no Bowstring em ciclos de aproximadamente trinta dias. Enquanto no Bowstring, o esquadrão permanece em Fort Bragg e trabalha em tarefas de treinamento contra-terrorista (CT). Esse esquadrão tem acesso prioritário ao campo de tiro e à Casa de Tiro, e também pode tomar emprestados membros dos outros esquadrões se estiver necessitando de homens com determinadas aptidões fundamentais.

A unidade de sinaleiros proporciona uma tripulação de comunicações que permanece com os esquadrões e recebe treinamento de combate para que possa lutar se necessário. Quando estão em um Bowstring, o operador Delta carrega um bipe o tempo todo e não pode se distanciar mais que trinta quilômetros de Fort Bragg.

Normalmente cada esquadrão começa o seu ciclo Bowstring com um alerta prático e procedimento total. Os homens tem um limite de duas horas para reunir a força Bowstring, carregar todos os equipamentos, pesar os veículos carregados, e posicionarmos no estacionamento prontos para irem até a Base da Força Aérea em Pope, o aeroporto adjacente a Fort Bragg. Todos presentes para o serviço pertencentes ao esquadrão que não o Bowstring ficam a disposição para auxiliar de toda maneira possível, e preparar-se em caso de convocação geral. É raro o esquadrão Bowstring não estar pronto para sair em 75 minutos. Os esquadrões da Força Delta (1SFOD-D) permanecem "prontos para a guerra" o tempo todo, 365 dias por ano.

Os esquadrões que não estão em Bowstring ficam com o que se chama de tarefas "isoladas", ou seja, que exigem apenas um ou dois homens de cada vez. Essas incluíam coisas como missões do Departamento de Estado e de Energia, ou a convocação de uma equipe em uma missão estrangeira.

Os operadores Delta também usam seu tempo fora do Bowstring para convocações de treinamento de esquadrão ou tropa como treinamento na selva, no deserto ou no ártico. Os atiradores de elite aproveitam o tempo para atirar em uma competição de tiro em algum lugar ou trabalhar com os atiradores do Serviço Secreto, FBI e de outras unidades militares.

Resumindo, no Bowstring o esquadrão fica perto de casa. Quando o operador não está no Bowstring, viaja. As exceções são as longas missões isoladas ou períodos quando os homens freqüentam cursos de idiomas.

MISSÕES

As missões empreendidas pelas Forças de Operações Especiais no ambiente de hoje são as mais variadas possíveis, e a Força Delta (1SFOD-D) não é uma exceção. Muitas unidades especiais (inclusive a 1SFOD-D) tiveram suas atribuições originais modificadas consideravelmente por necessidades políticas de suas nações, exigências do alto-comando ou por causa de novas ameaças.

Originalmente criada como uma força contra-terrorista (CT) a Força Delta rapidamente viu seus operadores sendo usados em missões de combate a guerrilhas na América do Sul, treinando forças contra-terrorista (CT) do terceiro mundo (Sudão, Honduras, Egito, etc.) ou provendo segurança as embaixadas americanas em lugares de risco (Líbano, por exemplo). Entre outros exemplos de operações sem o foco terrorista podemos citar a sua participação na Operação Tempestade do Deserto em 1991 na caça aos SCUDs (devido a uma necessidade política para manter Israel fora da guerra) e o seu acionamento para ajudar em operações de pacificação (PeaceKeeping) na Somália (um ambiente de novas ameaças).

Sendo assim a Força Delta cresceu de uma unidade de resgate de reféns para uma força especial de operações altamente secretas, em muitas missões não envolem reféns. A participação da Força Delta em operações dentro dos Estados Unidos é algo difícil mas não impossível.

Os seus operadores podem ser acionados como observadores, conselheiros ou operadores diretos, sempre encobertos. Segundo informações a Força Delta deu algum suporte ao cerco do Federal Bureau of Investigation (FBI) em Waco, contra os membros da seita davidiana.

Em todo o caso onde exista a ameaça de terrorismo, armas da destruição em massa e assim por diante a Força Delta estará envolvida. A 1SFOD-D não está autorizada a executar operações domésticas de resgate de reféns, o que é de inteira responsabilidade da Equipe de Resgate Reféns - HRT do FBI, que por sinal recebeu apoio da Força Delta em sua criação. Mas desde a abertura da Decisão Diretiva Presidencial-25 (PDD-25), a Força Delta está isenta do Posse Comitatus Act (Uma lei que proíbe o uso de forças militares americanas contra seus civis) em outras áreas. É interessante notar que com este sinal verde para a Força Delta, abriu-se uma brecha para as forças navais, incluindo aqui os Marines.

Missões da Força Delta (1SFOD-D):

  • Contra-Terrorismo (CT)

  • Contra-Terrorismo Proativo (Caçando líderes terroristas, ataques a acampamentos ou "santuários" de terrorista, etc.)

  • Anti-drogas

  • Resgate de pessoal e equipamento

  • Seqüestro de pessoal selecionado

  • Reconhecimento estratégico

  • Assaltos especiais (raiders)

  • Segurança especial (VIP)

  • Operações de busca e apreensão de armas de destruição em massa

  • Proteção diplomática

  • Guerra contra-insurgente

HISTÓRICO DE COMBATE DO 1º SFOD-D (FORÇA DELTA)

1979: A Força Delta (1SFOD-D) trabalhou com o FBI nos Jogos Pan-Americanos de Porto Rico como parte de uma força-tarefa contra-terrorista (CT) montada para prevenir qualquer possível atividade terrorista no evento.

1980 / Abril: Membros da Força de Delta (1SFOD-D) participaram da operação de resgate de reféns americanos da Embaixada dos EUA no Irã, presos pelo Regime dos Aiatolás, Operação Eagle Claw (Garra de Águia). No final de 1979, seis RH-53D foram transportados à ilha de Diego Garcia, no Oceano Índico. Nesse local, eles foram montados e testados em vôo, antes de serem levados ao USS Kitty Hawk (CV-63), que estava prestes a partir para o Mar Arábico. Em janeiro de 1980, eles foram enviados para o USS Nimitz (CVN-68), que já trazia dois Sea Stallion. O presidente Carter deu o sinal verde para a missão que partiu em 14 de abril de 1980. A Força Delta (1SFOD-D) saiu para Frankfurt em 20 de abril. Lá juntou-se com mais 13 soldados encarregados de resgatar os reféns presos no edifício do Ministério das Relações Exteriores. Os oito RH-53D estavam programados para chegar a Desert One (local escolhido para o embarque da Força Delta nos helicópteros) cerca de 30 minutos, após o último Hércules. Quando eles chegaram ao ponto, haviam registrado um atraso entre 60 e 90 minutos. Dos 8, apenas 6 helicópteros haviam chegado a Desert One. Um teve de fazer um pouso forçado por um problema na lâmina do rotor e outro por um problema nas superfícies de controle. Ao chegarem todos os 6 helicópteros, foi percebida uma falha hidráulica potencialmente perigosa em um dos helicópteros. Logo tornou-se claro que o helicóptero não podia ser reparado. Era estipulado que no mínimo 6 RH-53D poderiam completar a missão. Como esse número não poderia ser mais alcançado, aOperação Eagle Claw foi cancelada. A força tarefa voltou para o USS Nimitz nos MC-130 restantes. Ainda outro RH-53D foi destruído ao chocar-se com um EC-130 de reabastecimento, matando 8 tripulantes. Os 5 helicópteros foram abandonados no Irã. Foi negada a permissão para um ataque aéreo que destruiria os RH-53D, evitando que caíssem em mão dos iranianos. Os helicópteros acabaram sendo destruídos pela Força Aérea Iraniana, que preferia destruí-los a deixar uma lacuna para uma nova missão de resgate aos helicópteros.

1981 / Março: A Força Delta é chamada para tomar um avião indonésio em Bangkok, seqüestrado por 4 terroristas. Uma equipe de operadores Delta executa o resgate matando todos os terroristas.

1981 / Maio: Fotografias de reconhecimento de aviões SR-71 e de satélites espiões, identificaram um provável prisioneiro de guerra americano no Laos. Uma operação foi planejada resgatar possíveis prisioneiros americanos, se dados adicionais de inteligência provassem que eles realmente estavam lá. O 1º SFOD-D tomaria parte na operação em cooperação com a Atividade de Apoio de Inteligência. Quando uma missão privada, encabeçada por Bo Gritz, chegou até o local do possível campo de prisioneiros para saber se ainda existia americanos por lá e não achou nada, um debate inteiro foi travado em Washington em cima da validez da informação. A missão foi aparentemente cancelada.

1982: Uma equipe de seis homens da Força Delta é enviada para a Itália para ajudar na procura para General de Brigada James Dozier que foi seqüestrado por terroristas. Comandos italianos localizaram o cativeiro e salvaram o General. Um pequeno contingente do 1º SFOD-D é enviado para Honduras para agir como seguranças para uma operação conjunta de inteligência, nome código Queens Hunter, sobre a Nicarágua. Comandos da Força Delta estavam armados com Uzis, e usaram blusões e bonés de beisebol. Eles estavam prontos para repelir um ataque contra a casa em que eles e os especialistas de inteligência estavam alojados.

1983: Durante a Operação Urgent Fury, duas unidades contra-terrorismo americanas SEAL Team Six e a Força Delta foram acionadas. A Força Delta recebeu duas missões relacionadas com dois objetivos o Fort Rupert e a prisão de Richmond Hill. Em Fort Rupert estava muitos membros do Conselho Revolucionário que deveriam ser capturados e na prisão de Richmond Hill estavam muitas pessoas presas ilegalmente. Em Forte Rupert a Força Delta chegou através de helicóptero, imediatamente os operadores Delta assaltaram o complexo e prenderam os conselheiros sem sofrerem nenhuma baixa. A equipe pediu extração dos 160º SOAR que chegou e transportou os comandos e os detentos para o USS Guam que estava perto da praia. O assalto a prisão de Richmond Hill foi realizado com nove Black Hawks por comandos Delta e soldados da Companhia Charlie, do 1/75º Rangers. O ataque planejado para 01:00. só aconteceu de manhã às 06:30 devido a atrasos e planejamento caótico, por isso quando os Black Hawks pintados de preto apareceram no céu claro só fizeram se destacar chamando atenção do fogo inimigo que usou metralhadoras pesadas ZSU-23-2 (23mm) contra os Black Hawks, atingindo vários deles. Como as aeronaves de ataque estavam sendo utilizadas em outras áreas durante a invasão nada pode ser feito a não ser abortar a operação.

1983: Foram estacionados operadores Delta em Beirute já em 1983, e um operador morreu no bombardeio da Embaixada dos EUA.

1984 / Dezembro: A Força Delta é chamada para atacar um avião do Kuwait seqüestrado, mas problemas de logística evitaram que a equipe fosse desdobrada. A Força Delta possivelmente também participou da Operação Manta na Líbia no qual forças especiais francesas inseriram pequenas equipes para plantar equipamento de vigilância ao redor de campos de treinamento de terrorista. Comenta-se que a Força Delta foi desdobrada para treinar tropas do Chade em sistemas de armas sofisticadas, como o míssil Stinger que seria usado para abater aeronaves militares da Líbia. Elementos da Força Delta provêem segurança nos Jogos Olímpicos de Los Angeles.

1985 / Junho: Quando o vôo 847 da TWA foi seqüestrado por extremistas xiitas em Atenas, a Força Delta seguiu para Argel, capital da Argélia onde o avião aterrisou. Infelizmente, o Governo argelino não permitiu que a Força Delta monta-se uma operação de resgate no país e como resultado um mergulhador da Marinha dos EUA que estava como refém é morto. O avião da TWA voa então para Beirute e os reféns são dispersos ao redor da cidade o que torna um resgate impossível.

1985 / Outubro: Depois que foi seqüestrado por quatro terroristas, o navio italiano S.S. Achille Lauro com aproximadamente 400 reféns, navegou ao redor do mediterrâneo durante alguns dias. Como um grande número de reféns era americano, a Força Delta e SEAL Team Six foram colocados em alerta máximo. Eles foram desdobrados eventualmente para a base naval de Sigonella, na Sicília. Os terroristas assassinaram um refém, e negociaram com o Egito uma passagem segura e embarcaram a bordo de um Boeing 737 egípcio. Eles foram escoltados pela Força 777 (a unidade de contra-terrorista do Egito) para se ter certeza que nenhuma outra unidade atacaria os terroristas. Ao levantar vôo, o avião foi interceptado por caças dos EUA e foi forçado a aterrissar em Sigonella. O avião foi recebido por uma força conjunta da Força Delta e do SEAL Team Six, completamente armada. No momento em que os americanos se preparavam para prender os terroristas uma unidade italiana dos Carabinieri apareceu e exigiu que os americanos entregassem os terroristas. Um grande momento de tensão se iniciou com muitas armas sendo apontadas entre americanos e italianos, na confusão os italianos permitiram que os terroristas escapassem por temerem uma retaliação posterior.

Metade dos anos 80: Especula-se que a Força Delta foi desdobrada para um possível resgate de reféns americanos no Líbano. Um piloto de MH-60 reivindica que sua unidade foi colocada em estado alerta, e que os pilotos fizeram vôos sobre o Líbano, levantando dados sobre ameaças de radar e informações semelhantes. Foi suposto que esses pilotos iriam inserir times de operadores Delta que iam salvar reféns. O plano nunca foi levado a cabo. Foram estacionados operadores Delta em Beirute ao longo dos anos 80 como colhedores de inteligência e guardas de embaixada. Outro rumor que surgiu foi que operadores da Força Delta estavam envolvidos em operações contra-narcóticos e participaram de ações nas selvas da América do Sul, mas isto nunca foi completamente confirmado.

1986: Outro trabalho de segurança é dado a Força Delta durante a celebração do centenário da Estátua da Liberdade.

1987: O 1º SFOD-D é chamada para ajudar o FBI na revolta de presos da penitenciária federal em Atlanta. Isto foi a primeira vez em que uma unidade do JSOC foi utilizada em uma operação doméstica. Supostamente, os prisioneiros souberam que a Força Delta estava sendo acionada e se renderam.

1987: A Força Delta é enviada para a Grécia para proteger o Cel. do Exército norte-americano, James"Nick" Rowe, em resposta a relatórios da inteligência que diziam que agentes comunistas do Vietnã estavam planejando uma ação contra ele.

1989: A Força Delta e o SEAL Team Six são acionados para a Operação Just Cause no Panamá. A sua principal tarefa é a prisão do General Manuel Noriega Geral, por tráfico de drogas e armas. Os operadores Delta, em trajes civis, mas usando HK MP-5s debaixo das suas jaquetas, procuram em toda cidade por Noriega, mas ele sempre estava a um passo à frente deles. Em uma ocasião uma equipe de 8 homens da Força Delta estourou um bordel onde Noriega estava escondido. Correndo escada acima, eles cheiraram os charutos característicos dele, e a cama ainda estava morna. Eles foram informados que ele tinha partido menos de uma hora atrás. A Força Delta também foi empregada para resgatar um operador da CIA, especialista em comunicações, Kurt Muse, que trabalhava com estações de rádio clandestinas anti-noriega e que estava preso na Cadeia Modelo, uma prisão localizada do outro lado da rua do QG de Noriega. Um helicóptero Little Bird MH-6 do 160º SOAR aterrissou no teto da prisão pouco depois da 00:00 (1 hora antes da hora H) e uma equipe Delta de seis homens entrou no prédio. Os Deltas lutaram com os guardas e a porta da cela de Muse foi estourada e ele levado para o helicóptero que decolou imediatamente, com três operadores Delta pendurados nos pods cada lado. O MH-6 foi atingido e caiu dentro da prisão, imediatamente um M113 APC arrombou o portão da prisão e resgatou todos os americanos. O tempo que transcorreu do momento em que o MH-6 aterrissou no teto até a partida da equipe Delta no APC, foi um total de 6 minutos.

1990: A Força Delta é deslocada para o Iraque, durante a Operação Tempestade no Deserto. Junto com o 22º SAS britânico, eles ficam responsáveis por localizar e destruir lançadores de mísseis Scuds. Operadores Delta também serviram como guarda-costas do Gen. Schwarzkopf.

1993: O 1º SFOD-D é chamado a Waco, Texas, para ajudar no planejamento de uma invasão ao rancho dos Davidianos, que retinha cerca de 80 "reféns", inclusive crianças. Recentemente, foi revelado que três operadores da Força Delta estavam presentes em Waco como conselheiros para o FBI. Esta revelação vem depois de anos de negação pelo Departamento de Justiça de que o Exército de EUA estava envolvido na operação.

1993 / Outubro: O 1º SFOD-D foi enviado para a Somália como parte do contingente americano nesta missão das Nações Unidas em socorro ao país africano. A Força Delta foi empregada numa missão conjunta com os American Rangers e o 160º SOAR Nightstalkers, que tinha objetivo de capturar os tenentes do senhor da guerra Aidid.

1993 / Julho: O embaixador dos EUA na Colômbia, Morris Busby solicitou um auxílio especial e secreto do governo americano na caçada do líder do cartel de drogas de Medellin, Pablo Escobar em resposta aos apelos do governo colombiano. Busby considerou os recursos a sua disposição: A CIA era boa no recolhimento de inteligência a longo prazo, e operações não especiais. O DEA era bom no trabalho de rua, recrutando informantes e investigando casos. O FBI em países estrangeiros fazia a maior parte do trabalho de ligação.

Mas Busby acreditava que necessitaria dos caçadores de homens da Força Delta. Busby já conhecia a unidade de seus anos como o representante do Departamento de Estado junto ao governo para assuntos de contra-terrorismo. Ninguém poderia planejar e executar uma operação idealizada melhor do que os homens da Delta. Sua solicitação foi aceita. Ele recebeu uma equipe da Força Delta, com seis homens uma unidade similar do SEAL Team Six. Ambas foram desdobradas para trabalhar com as polícias e as forças armadas colombianas. A equipe Delta coletava e analisava a inteligência, treinava tropas colombianas no combate corpo-a-corpo e em técnicas de guerra urbana, inteligência em "tempo real" e trouxeram equipamentos sofisticados de vigilância e comunicações.

Escobar foi encurralado em dezembro 1993 e morto por policiais colombianos treinados pela Força Delta. A equipe Delta foi desdobrada quase imediatamente mais tarde para Cali, onde treinou polícias e ajudou a montar a estratégia de captura dos líderes do Cartel Cali. As Forças Especiais foram retiradas da Colômbia em meados de 1994.

1994: A Força Delta toma parte da Operação Uphold Democracy no Haiti. Os operadores da Delta serviram como guarda-costas para os funcionários da ONU e diplomatas e trabalham junto com uma unidade de Contra-Terrorismo polonesa Grom.

Metade dos nos 90: Operadores de Delta são enviados para a Bósnia para agir como guarda-costas funcionários norte-americanos e pessoal da ONU. Operadores da Força Delta e do SEAL Team Six são desdobrados para a Bósnia para planejar e participar na captura do criminoso de guerra Radovan Karadzic. A vigilância foi levada a cabo, mas Karadzic não foi preso. O SAS britânico também esteve envolvido em operações de captura de criminosos de guerra na Bósnia, tendo tido sucesso em algumas delas. Essas operações ainda são levadas a cabo no inicio do século XXI.

1996: Junto com o HRT/FBI, Serviço Secreto, BATF e várias outras agências de execução de lei, a Força Delta está por trás da investigação do ataque terrorista ocorrido durante os Jogos Olímpicos de Atlanta. Operadores do 1º SFOD-D junto com um grande número operadores da SWAT local e homens da Guarda Nacional formaram a maior força de segurança em tempo de paz da história.

1997: Uma pequena equipe avançada da Força Delta é enviada para Lima, capital do Peru, junto com seis homens do SAS britânico, logo após a tomada da residência do Embaixador japonês por terroristas do Movimento Revolucionário Tupac Amaru (MRTA). A equipe trabalhou assessorando o Governo peruano. O exército peruano libertou os 72 civis que eram mantidos como reféns depois de quatro meses. Uma tropa de elite de cem soldados invadiu a casa e matou todos os 15 terroristas do Tupac Amaru, um refém também morreu na operação de resgate. Pelo menos 20 pessoas ficaram feridas na ação, sendo sete militares.

1997: A Força Delta esteve envolvida na localização e morte, de um dos comandantes do Exército de Libertação Nacional (ELN), apontado como responsável pela ligação da guerrilha com o narcotráfico. O rebelde foi morto pela explosão de uma carga de C-4 aplicada em seu telefone celular.

1998: O 1º SFOD-D, o SAS britânico e outras unidades de operações especiais da OTAN são desdobradas para Kosovo em apoio da Operação Allied Force. Essas unidades são usadas atrás da linhas inimigas para colher informações sobre tanques sérvios e outros alvos, e auxiliar no resgate de pilotos abatidos da OTAN. Eles também cooperaram supostamente com o Exército de Libertação de Kosovo (KLA) para monitorar o movimento de tropas sérvias.

1998 / Junho: Funcionários dos EUA reconhecem que seu país e o Reino Unido estão treinando unidades de operações especiais para uma possível missão de captura do presidente sérvio Slobodan Milosevic.

2001 a 2002 / Afeganistão: O 1º SFOD-D, o US Army Special Forces (Boinas Verdes), o SEAL Team Six, o SAS e o SBS britânico, outras unidades especiais, possivelmente da Rússia, Austrália, Canadá, França e Alemanha são utilizadas na Operação Enduring Freedom, no Afeganistão. As forças especiais apoiaram a Aliança do Norte na retomada do país, atacaram ou dirigiram ataques aéreos as posições do Taleban e da Al-Qaeda, e realizaram caçadas aos líderes inimigos, inclusive o Mulá Mohamed Omar e Osama Bin Laden.

Vinte e quatro horas depois dos atentados do dia 11, grupos da Força Delta (1SFOD-D) e dos paramilitares da CIA já estavam em território ocupado pela Aliança do Norte, a frente de oposição afegã contra o Taleban.

Vários moradores das redondezas de Fort Bragg, na Carolina do Norte, simplesmente desapareceram: eram os membros da Delta que discretamente partiram para as montanhas do Afeganistão. Eles foram guiados por esquadrões de elite russos (fluentes em dari e pashto), que operam na área há muito tempo. Mais tarde, se uniriam a essa primeira remessa outras forças especiais americanas, como os Seals, da Marinha, os Rangers, e os Boinas Verdes do Exército. Em formações de quatro homens, com auxilio de forças locais, avançaram com cuidado em rotas que margeiam picos e vales – travessias de 20 quilômetros podem exigir até uma semana de caminhada. Carregavam vitaminas especiais, mas deviam encontrar a sua própria água e abrigo.

Contavam com um mínimo de apoio logístico dos guerrilheiros da Aliança do Norte, a oposição afegã à milícia islâmica Taleban, que controlava o Afeganistão. E se comunicavam entre si por um sistema de rádio embutido no capacete ou através de mensagens escritas em teclados montados em seus pulsos. Além de operarem como as tropas de elite russas, os operadores da Força Delta também trabalharam com soldados britânicos do SAS e do SBS, na principal missão destas forças no Afeganistão: descobrir o paradeiro do terrorista saudita Osama Bin Laden e em caráter bem definido, também de certos comandantes do exército do regime Taleban, como o Mulá Mohamed Omar, bem como líderes da Al-Qaeda. É uma tarefa difícil.

2002 a 2003 . . . / Afeganistão: As operações de caça aos líderes da Al-Qaeda e do Taleban continuam...Segundo informações é possível que a responsabilidade da caçada dos líderes da Al-Qaeda e do Taleban seja passada para outras "pessoas", leia-se: forças especiais de outros países ou até mesmo para PMC-Private Military Companies (companhias militares privadas).

2002 a 2003 . . . / Iraque: Os EUA enviaram sua primeira unidade paramilitar da CIA (os homens desta divisão da CIA são de diversas nacionalidades, segundo fontes dos serviços de inteligência) para operar no Iraque em junho de 2002. Entre o final de 2002 e início de 2003 pequenas unidades da Força Delta em conjunto com forças paramilitares adicionais da CIA foram enviadas para o Iraque para preparar a invasão das tropas da Coalizão lideradas pelos EUA, estabelecer ligações com iraquianos ao longo do país, incluindo Bagdá, bem como capturar ou matar Saddam Hussein, seus filhos Qusai e Uday e cerca de uma dúzia de líderes militares e políticos.Esses operadores se esgueiraram para sabotar comunicações, destruir postos de observação e se posicionar para evitar o que os EUA mais temiam - movimentações do comando iraquiano para usar armas químicas ou biológicas, atacar Israel com mísseis Scud ou destruir os campos de petróleo do país.O pessoal da CIA e da Força Delta ficaram a principio baseados no Kuwait, Jordânia, Arábia Saudita e Norte do Iraque e foram acionados bem antes do início da ofensiva americana em 20 de março de 2003. Apesar de publicamente o governo dos EUA expressar na época o seu desejo de que Saddam fosse para o exílio ou se entregasse, os homens da Força Delta e da CIA na verdade treinaram duramente vários meses, para matá-lo.Essas unidades operaram em Bagdá clandestinamente pouco antes dos ataques começarem. Elas foram introduzidas (por helicópteros BlackHawk ou lançadas de pára-quedas por aviões C-130) próximo a Bagdá, vindas do Norte do Iraque ou talvez da Jordânia. Eles estavam munidas de equipamentos de visão noturna e retratos high-tech de seus alvos.Estava previsto no início do conflito que a Força Delta e a CIA indicassem os locais onde Saddam se encontrava para os aviões da Coalizão realizassem ataques cirúrgicos. Se ele tentasse fugir em um comboio, os comandos também poderiam designar este alvos para os aviões aliados ou para os UAV Predators. Se necessário, os homens da Força Delta, até mesmo entrariam nos palácios presidenciais para cumprir a sua missão. A cidade natal de Saddam, Tikrit, também estava sendo vigiada.E eles quase que cumpriram a sua missão antes da guerra ter início. A Força Delta conseguiu grampear linhas telefônicas subterrâneas de Bagdá usadas por Saddam e a CIA descobriu de forma segura onde o presidente Saddam Hussein e outros importantes integrantes da liderança iraquiana estavam passando a noite. Eles estavam em um complexo no sul de Bagdá, chamado Dora Farm. Na verdade a CIA tinha conseguido recrutar um oficial sênior iraquiano capaz de conhecer a maior vulnerabilidade de Saddam: onde ele dorme em cada noite. Os EUA decidiram realizar o que eles chamaram de "ataque de decapitação" na noite do dia 24, um dia antes do início previsto para começar a guerra.Os americanos descobriram que Saddam, de acordo com a CIA, estava escondido num bunker especialmente reforçado, construído por engenheiros alemães ou iugoslavos. Os mísseis de cruzeiro, com suas ogivas e explosivos, não eram poderosos o suficiente para penetrar o aço e o concreto. Apenas aviões carregando MK-84, bombas de quase uma tonelada, poderiam fazer o trabalho. Mas a defesa anti-aérea de Bagdá era robusta, com incontáveis nichos de mísseis terra-ar. O arsenal americano incluía aviões invisíveis que, na maioria das noites, poderiam voar sem ser detectados por radares iraquianos. Mas sobre Bagdá, naquela noite, a lua era cheia. Seria possível enxergar a silhueta dos aviões no céu noturno. Enviar aviões de guerra sem primeiro destruir as baterias antiaéreas de Saddam seria uma missão suicida. Mas não havia tempo para organizar e executar o tipo de ação necessária para destruir essas baterias.No Comando Central, em Doha, Catar, o General Tommy Franks disse ao presidente que ele tinha até a 19:15 - portanto, 03:15 em Bagdá - para dar a ordem de ataque. As bombas cairiam em Bagdá às 6h07. Franks ordenou que dois F-117, cada um carregando duas bombas de 900 quilos, decolassem de suas bases no Catar, cerca de 1.100 quilômetros de Bagdá. Eles teriam de voar em direção ao Iraque, mas teriam de aguardar uma ordem para entrar no espaço aéreo do país. Em oito navios americanos no Golfo Pérsico as coordenadas do lugar em que Saddam dormia foram programadas em 40 mísseis, que terminariam o serviço e, como era esperado, matariam os sobreviventes. Às 19:12, em Washington, o presidente Bush ordenou o ataque. Suas bombas caíram sobre a residência às 21:30 (05:30 em Bagdá). O espião da CIA, que estava em algum lugar longe do bunker, contou que Saddam estava dentro dele. Mas na verdade ninguém da alta cúpula iraquiana foi morto neste ataque e a guerra teve início.Após a queda do regime a Força Delta e a CIA receberam um maior apoio das tropas americanas (Exército e Marines) que puderam auxiliar na caçada a 55 dos homens mais procurados do regime de Saddam. Cada um dele foi batizado com o nome de uma das cartas do baralho. Saddam é claro era o número 1 (às de espadas). Seus filhos Qusay e Uday eram respectivamente os nº2 (ás de paus) e nº 3 (às de copas) da lista.

Aos poucos, com o passar das semanas, várias "cartas" foram sendo capturadas ou mortas, culminando com o ataque a uma casa onde estavam os filhos de Saddam, Uday e Qusay, em Mosul. Foi neste ataque que surgiu para o mundo uma unidade que os americanos faziam o possível para manter longe do foco das noticias: a TASK FORCE 20 - (Força Tarefa 20).


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