Special Boat Service- SBS
O Special Boat Service teve inicio no verão de 1940, com a formação de uma seção de canoagem sob o comando do Major Roger Courtney, que passou ser chamada de SBS - Special Boat Squadron. Em fevereiro de 1941, Courtney e outros quinze homens seguiram para o Oriente Médio, encarregados de operar com os comandos. Designado como Seção "Z", esse grupo foi transferido, em abril, para a 1ª Flotilha de Submarinos. No final do ano, a Seção "Z" e a SBS - Special Boat Service (Seção Especial de Embarcações), uma unidade formada na primavera de 1941, foram absorvidas pelo Esquadrão "D" do 1° Regimento do SAS, juntamente com três grupos de canoeiros sob o comando do Conde Jeilicoe. No outono de 1942, Jeilicoe dividiu essas forças em três seções denominadas "M", "L" e "S", a partir da primeira letra do sobrenome de seus comandantes. Na primavera de 1943, após a captura de David Stirling, criador e comandante do SAS, as três seções se organizaram em esquadrões, com uma força total de 180 homens. Outro grupo do SAS formou o 1° SRS - Special Raiding Squadron (Esquadrão Especial de Ataque). Sob a liderança do Major "Paddy" Mayne, essa unidade desempenhou um papel-chave na invasão da Sicília, em julho de 1943. Em novembro desse ano, o Special Boat Squadron, de Jeilicoe, passou para o comando do General-De-Brigada Tumbull, da Raiding Forces Middie East (Força de Ataque do Oriente Médio), e teve seu nome trocado para Special Boat Service. Passou então ao controle das forças terrestres que atuavam no litoral do Mar Adriático e realizou operações também nos mares Mediterrâneo e Egeu.
O SBS DEPOIS DA 2ª GUERRA MUNDIAL
Logo depois da 2ª Guerra Mundial, as forças especiais de ataque naval formadas durante as hostilidades passaram por um período de grande reorganização. A maior parte foi dissolvida, mas elementos de três delas, o RMBPD - Royal Marine Boom Patrol Detachment (Destacamento de Patrulhamento Extensivo dos Fuzileiros Navais) criado especificamente para ataques relâmpagos a partir de embarcações e a limpeza de obstáculos das áreas de desembarques anfíbios, eles eram o equivalente mais próximo das UDT - Underwater Demolition Teams (Equipes de Demolição Subaquática) dos Estados Unidos, os COPP - Combined Operation Assault Pilotage Parties (Grupos de Operações Combinadas de Assalto e Pilotagem) que se especializaram em reconhecimento de praia, e a SCOBBS - Royal Marine School of Combined Operations Beach and Boat Section (Seção de Operações Combinadas de Praia e Embarcações da Escola de Fuzileiros Navais), continuaram em serviço. O atual SBS - Special Boat Service (Serviço Especial de Embarcações) é descendente direto dessas unidades.
Mesmo com a dissolução de muitas unidades especiais da Marinha e dos Fuzileiros Navais a Inglaterra decidiu manter o RMBPD - Royal Marine Boom Patrol Detachment porque pequenas operações especiais com barcos seriam realizadas no futuro pelos Royal Marines.
Em 1947 estas duas unidades foram transferidas para a Escola de Operações Anfíbias dos Royal Marines em Portsmouth para repor o SCO. Essas forças foram reunidas num único comando, conhecido como SRW - Small Raids Wing (Grupos de Incursões em Escala Limitada) ecomeçaram a ressuscitar as velhas habilidades adquiridas na última guerra, pois agora restava poucos veteranos do último grande conflito.
Depois a unidade transformou-se na SBU - Special Boat Unit (Unidade Especial de Embarcações), e era composto por três Seções Especiais de Barco, assim ressuscitando as iniciais SBS, e uma unidade operacional e de treinamento. Os nadadores-canoeiros, desta unidade estavam entre os voluntários que se apresentaram para servir no Commando 41 Independente, unidade dos Royal Marines, que lutou na Guerra da Coréia em 1950-1951. Esta unidade foi empregada principalmente em ataques de Comandos nos litorais da Coréia do Norte e também estiveram presentes nos combates ocorridos no Reservatório de Chosin, ao lado da 1ª Div. dos Fuzileiros Navais dos Estados Unidos.
ESTRUTURA DO SBS
Antes de sua reorganização em 1987, o então Esquadrão Especial de Barco era formado por aproximadamente 150 homens, com aproximadamente 50 reservistas. Desde então foi expandido, mas a sua extensão não está exatamente clara. De acordo com uma declaração do Ministério da Defesa britânico, na estrutura da força há quatro esquadrões no Serviço Especial de Barco.
Dos 4 esquadrões, o 1º é responsável pelas operações com mergulhadores e canoeiros, o 2º é responsável por pequenas embarcações e projetos de mini-submarinos e o 3º é responsável por missões de contra-terrorismo (CT) e o 4º é formado por reservistas.
Cada tropa operacional tem cerca de dezesseis homens pelo menos no papel tradicional de nadadores-canoistas, que se dividem em oito pares por canoa, quatro patrulhas de quatro homens ou duas equipes em barcos pequenos. Não existem unidades britânicas comparável as U.S. Navy's Special Boat Units and SDV Teams. Os barcos infláveis e rígido-infláveis são operados pelo próprio SBS como são os SDVs. As embarcações do 539º Esquadrão de Assalto dos Royal Marines, assim como os vários artefatos de desembarque usados por este e outros esquadrões, fornecem uma sustentação adicional. O apoio de aéreo dos esquadrões navais com seus helicópteros Sikorsky SH-3 Sea King e também da RAF que usa aeronaves Lockhead Hercules C.Mk.1 e helicópteros Boeing CH-47 Chinook.
Entre as suas principais missões estão:
*Papel primário: Unidade especial de operações marítimas, especializa em coletas de informações, observação, ataques subaquáticos, reconhecimento litorâneo e sabotagem.
*Papéis secundários: Unidade contra-terrorista marítima (CTM); unidade especial de operações de propósitos gerais.
O Quartel-General (QG) do SBS - Special Boat Service é subordinado operacionalmente às unidades de Comandos dos Royal Marines (Fuzileiros Reais), mas que podem também agir autonomamente em tarefas específicas. Suas missões são comparáveis a grosso modo as missões realizadas pelo braços navais do SAS britânico (que possui uma unidade semelhante ao SBS) e do Spetsnaz russo e das unidades especiais da marinha americana, os SEALS.
Em relação ao SAS é bom destacar que não há rivalidades entre as unidades britânicas. Existem, segundo algumas informações, uma distinção bem clara sobre as responsabilidade de cada serviço.
O SAS estaria encarregado de operações mais profundas dentro do território inimigo, incluindo o treinamento de forças locais e o SBS teria como responsabilidade as operações contra embarcações e instalações navais, reconhecimento de potenciais praias de desembarque e de atividades inimigas na costa. Além disso, acredita-se que se encarregue particularmente da segurança das instalações de petróleo e gás ao longo do litoral britânico. Também especula-se que o SBS poderia funcionar com uma reserva especial para o SAS nas missões contra-terroristas (CT), sendo acionado para estas operações caso o primeiro estivesse sobrecarregado de missões.
SELEÇÂO E TREINAMENTO
Tradicionalmente, os nadadores-canoeiros do SBS evitam publicidade e se negam a revelar a natureza de suas operações clandestinas. Sabe-se, entretanto, que os homens do SBS são treinados em várias técnicas de coleta de informações e em planejamento e execução de ataques altamente destrutivos, por trás das linhas inimigas. Entrar para o SBS não é uma tarefa fácil.
Os candidatos devem fazer parte do Royal Marine Commando, com pelo menos três anos de serviço. Para que um homem se qualifique como um operador do SBS ele deve passar por um período de treinamento extremamente rigoroso e exigente. Esses candidatos a membro do SBS (que podem ser graduados ou oficiais) devem apresentar inteligência acima da média, para operar com equipamento eletrônico complexo, além de compilar relatórios detalhados e precisos de maneira factual e extremamente séria.
As habilidades intelectuais ganham também importância crucial para o eficiente reconhecimento de praias. Durante tais operações, espera-se que as equipes identifiquem os pontos de desembarque adequados, recolham amostras de areia para testes de sustentação de peso e determinem a topografia das praias. Todas essas atividades devem ocorrer bem debaixo do nariz do inimigo e sem deixar nenhuma espécie de pista. Os nadadores-canoeiros são treinados para sentirem-se à vontade tanto debaixo da água quanto na superfície, pois a maior parte de suas atividades envolvem viagens clandestinas dentro do território inimigo. Recebem, além disso, instruções severas para nunca deixar para trás um companheiro ferido, que poderia, sob pressão, revelar detalhes.
As equipes são infiltradas por diversos métodos: pela superfície da água, com o emprego de botes infláveis Gemini ou canoas Klepper, de dois lugares; também se utilizam submarinos ou saltos de pára-quedas no mar. Os recrutas devem ser capazes de manejar todos os tipos de transporte, sob as mais diversas condições, além de remar seus barcos por grandes distâncias. Outra atividade essencial para todos os membros do SBS é o mergulho. Em seus exercícios iniciais os homens treinam com ar comprimido, depois passam a utilizar tangues de oxigênio, bem mais volumosos.
Os mergulhadores aprendem a entrar e sair de um submarino submerso e a operar debaixo da água por longos períodos de tempo. A natação subaquática permite também que as equipes SBS executem operações de sabotagem, colocando minas magnéticas sob o casco de embarcações inimigas. Elas possuem dispositivos de retardo, de modo que a explosão ocorra quando os sabotadores já estão em segurança. No tocante às armas são portáteis, os operadores aprendem todas as técnicas do uso de sub-metralhadoras, como a Ingram, americana, e a Heckler & Koch MP-5, alemã, e outros equipamentos não utilizados regularmente pelos Comandos de Fuzileiros.
Se o recruta não for um pára-quedista muito bem treinado, é enviado para fazer um curso especializado e receber suas "asas". Também recebem instruções sobre procedimentos para se encontrarem com submarinos no mar. Depois de libertar-se de seu pára-quedas a poucos metros acima da água, o recruta tem de esperar pela embarcação. Existem diversas técnicas para que um submarino localize o nadador e se aproxime dele.
A mais simples e à prova de falhas é o "bongie": um tubo de 15 cm de comprimento, contendo uma grande esfera de rolamento, que, quando virado para baixo, produz debaixo da água um eco característico. Sob a água, esse som pode ser detectado pelo sonar do submarino ou por outros sistemas de detecção de som.
Devido à intensidade do treinamento no SC3, os recrutas aprendem a dormir muito pouco devido o grande tempo gasto durante os treinamentos diários. O dia, para eles, começa às 05:30 e vinte minutos depois já estão no ginásio, prontos para uma hora de exercícios físicos. Freqüentemente eles só completam as atividades à 01:00 da madrugada, o que lhes dá apenas quatro horas e meia de sono. Nenhum detalhe do número de homens que "sobrevive" a esse rigorosíssimo regime é divulgado, mas durante a década de 50 apenas 20% dos candidatos ingressavam efetivamente no SBS.
Vejas as etapas do treinamento dos candidatos a operador do SBS:
Boating Week:
Passar por uma prova de preparação de combate.
Passar na prova de nado, que exige fazer 600m em 15 minutos, 50m vestido com uniforme de combate, armamento e estojo, e 25m subaquático.
Mostrar aptidão com canoas.
Diving Week:
Completar uma série de mergulhos, com o objetivo de mostrar confiança e uma boa disposição para mergulhar. Se bem-sucedidos os homens irão participar de um curso de seleção em conjunto do SAS/SBS:
A fase das encostas de Brecon Beacons, País de Gales, um dos locais detreinamento do SAS. (3 semanas): Navegação terrestre, com equipamento completo, esta fase termina com um dificílimo teste de resistência, a "Long Drag", que é uma marcha de 64km em 20 horas, carregando uma mochila de 20kg. A maioria dos candidatos desistem nesta fase.
O treinamento de Pré-selva (2 semanas): trabalho com patrulhas de quatro homens.
O Treinamento de selva em Brunei (6 semanas).
Semana do Oficial/treinamento de sinaleiros (1 semana).
Treinamento com armas de suporte (1 semana).
O Curso de instrução de combate e sobrevivência do Exército (2 semanas): Sobrevivência, fuga e evasão, resistência, treinamento para suportar interrogatórios.
A próxima fase acontece em Hereford, quartel-general do SAS:
Treinamento em demolições (2 semanas).
O Curso de CQB - Close Quarter Battle (Combate em Ambientes fechados) (2 semanas).
Cursos individuais de habilidades (8 semanas): durante esta fase os homens farão treinamentos em demolições. Os oficiais recebem treinamento em línguas e fazem o Curso de Comandante de Forças Especiais.
Curso de pára-quedismo em linha estática (3 semanas) - para aqueles que ainda não são qualificados como pára-quedistas.
Após sua aprovação, o operador classificado como SC3, prestará serviços no SBS por alguns anos, e depois desse período poderá ser transferido para um estágio numa outra unidade de comandos. Esse sistema tem suas vantagens: os Fuzileiros não desejam que o SBS se torne uma unidade secreta no interior da unidade maior, e esse procedimento garante que alguns homens de suas fileiras estejam completamente familiarizados com as necessidades e métodos especializados das equipes de canoeiros.
Freqüentemente os melhores elementos voltam ao esquadrão durante seu período de serviço com os Fuzileiros, para fazer outros cursos e obter melhores qualificações. Naturalmente o treinamento nunca cessa.
Os operadores do SBS podem fazer mais treinamento em medicina de combate, comunicações, operações de contra-terrorismo (CT), línguas estrangeiras, guia de SDV e muitas outras habilidades. Também são realizados muitos exercícios com nações aliadas, especialmente como unidades afins, como os U.S. Navy SEALS e os SBS Holandês. Na verdade, existem duas classificações mais elevadas que a SC3, ou seja, a SC2 e a SC1, que requerem provas ainda mais rigorosas. Durante esses cursos, os homens podem aprender uma língua estrangeira, enquanto outros são instruídos sobre guerra no Ártico. Os oficiais do SBS não são obrigados a deixar a unidade depois de um período determinado, como ocorre no SAS. Como acontece em algumas outras forças especiais, geralmente são convidados a sair se desejam promoção além de um certo posto.
O SBS usa o uniforme padrão dos fuzileiros navais reais britânicos e a boina verde dos Comandos. Em trajes de desfile, as indicações de que um soldado pertence ao SBS são o distintivo de pára-quedista dos fuzileiros navais, no ombro direito, e o de canoeiro-mergulhador, no antebraço direito. O primeiro são as asas características e o último, a inscrição "SC" (Swimmer/Canoeist) com uma cruz acima e folhas de louro dos lados. Os oficiais do SBS usam as asas, mas não apresentam o distintivo de canoeiros (embora sejam qualificados para tanto, pois passaram pelo curso).
ARMAS E EQUIPAMENTOS
As patrulhas de meia seção do SBS, formadas por quatro homens, encontram-se geralmente munidas com os fuzis Colt M-16A2, Colt Commando M-4A1 norte-americanos ou submetralhadora alemã da série H&K MP-5 com silenciador. Outras armas que podem ser usadas como lançadores de granadas, o fuzil H&K G36 K que foi visto em uso no Timor Leste, o fuzil Enfield L85 A1, armas antitanques, morteiros, pistolas de 9mm, etc. Entre os equipamentos de patrulha encontram-se explosivos plásticos, assinaladores laser e transmissores-interferidores.
As patrulhas de reconhecimento do SBS costumam carregar pouco equipamento e possuem três kits denominados de fuga e evasão, de cinturão e de fardo.
Pouco se sabe a respeito do kit de fuga e evasão, presumindo-se que seja de dispositivos de sobrevivência ocultos entre as roupas e nos outros equipamentos. No kit de cinturão há uma pistola, faca, linha de pesca, cantil, cordas, coldres e porta-carregadores. O de fardo contém comida extra, roupa seca e um poncho a prova d'água. Os botes utilizados pelo SBS incluem os de remo (semelhantes aos de surf), os dobráveis Klepper Mark 13 especialmente produzidos, e os infláveis Gemini bem maiores, com motor de popa de 40 cv.
Há também os "Rigid Raider", versões militarizadas do barco de pesca "Dory" com motor de popa de até 140 cv, operados pêlos especialistas do esquadrão de "Rigid Raider" dos Fuzileiros Reais Navais, com capacidade para transportar dez soldados. Além dessas embarcações o SBS conta também com o "Kestrel", um bote dobrável para três pessoas, pequeno o suficiente para ser atado à perna de um pára-quedista. Esse barco tem um motor de 9,5 cv, que é lançado em separado, usa-se dióxido de carbono para inflá-lo. Para realizar as suas missões os homens podem usar qualquer tipo de uniforme existente nas forças armadas britânicas ou não, inclusive misturando itens. O objetivo é usar o uniforme mais adequado a missão e não dar"pistas" da origem da força que o está usando.
HISTÓRICO DE COMBATE DO SBS (após a 2ª Guerra Mundial)
1956: O 1º SBS tinha sido colocado em alerta e dentro de poucos dias foi requisitado ao Mediterrâneo para a operação Musketeer. 1º SBS tinha a tarefa de cortar os cabos que foram colocados no Canal de Suez para impedir a passagem por navios. O 1º SBS voou para Malta, mas antes que pudesse dar prosseguimento aos preparativos da missão ela foi cancelada. O 6º SBS também foi mobilizado durante a crise do Canal de Suez. Ele foi mobilizado para preparar um reconhecimento detalhado dos locais de desembarque anfíbio, mas a tarefa foi cancelada outra vez antes que se pudesse iniciar o trabalho, devido este tipo de invasão ser considerado muito arriscado no momento. Em vez disso o 6º SBS foi embarcado no HMS Ocean e enviado a Port Said junto com a 3ª Brigada de Commandos.
1957: O SRW foi reorganizado, tornando-se a Special Boat Unit (Unidade Especial de Embarcações). Um ano depois, a unidade foi rebatizada de Special Boat Company (Companhia Especial de Embarcações) e separado da Escola de Operações Anfíbias dos Royal Marines , mas permaneceu dentro de sua área de aquartelamento, agora localizada em Poole. Foi neste momento que o lema "Não Por Força, Por astúcia" foi criado. Este lema apareceu na insígnia não oficial das pás cruzadas com uma rã no topo deles e das asas de pára-quedas acima. Isto se originou de um cartão de Natal em 1946.
1959: O 6º SBS foi colocado em alerta para ser preparar para evacuar o rei Idris da Líbia, mas a diplomacia das canhoneiras conseguiu o efeito desejado e o SBS teve sua missão cancelada. Porém os homens do 6º SBS não desperdiçaram a viagem, e conduziram um reconhecimento ao longo da costa de Tobruk a Tripoli.
1961: Uma seção do SBS foi enviado junto com o 3ª Brigada de Commando para encontrar e capturar especificamente um líder guerrilheiro, e participou da libertação de reféns feitos pelas guerrilhas apoiadas pelos indonésios. O 6º SBS, baseado em Malta, enviou um destacamento para Barhein, de onde poderia se desdobrar para várias áreas da península arábica durante possíveis conflitos regionais.
1961 a 1966 / Indonésia: A "confrontação" da Grã-Bretanha com Indonésia se agravou com as revoltas em Brunei em Dezembro de 1962. Esta revolta foi rapidamente controlada, mas grupos de guerrilheiros locais e tropas regulares indonésias começaram a se infiltrar através da fronteira pela parte malaia de Bornéu. Tropas britânicas, ajudadas por forças locais e da Comunidade Britânica, foram acionadas para cessar as infiltrações. O 2º SBS já estava na área, tendo ido para Singapura com 3º Brigada de Commando em 1961. Eles e o 1º SBS, enviado diretamente da Inglaterra, operaram principalmente nas áreas litorâneas e também através da fronteira em missões de reconhecimento. Outro trabalho realizado pelo SBS era o de abastecer pelo mar, patrulhas maiores na selva, freqüentemente compostas pelos Gurkhas. A confrontação acabou com um tratado de paz assinado em agosto de 1966.
1961 a 1967 / Aden: Ao mesmo tempo a Grã-Bretanha estava envolvida com os conflitos no Protetorado de Aden. Os nadadores-canoeiros que tinham retornado as missões de comandos eram proeminentes em dirigir muitas patrulhas de reconhecimento. Um destacamento permanente foi estabelecido no Barhein, como parte do 2º SBS, e continuou seu trabalho de pesquisa da hidrografica das áreas em que a Grã-Bretanha pudesse se envolver em combates. Em 1967 a Inglaterra completou a sua retirada de Aden, mas isto não foi o fim dos serviços do SBS no Oriente Médio.
1970 a 1976: o SAS foi envolvido em uma feroz luta anti-insurreição, contra insurgentes comunista em Oman, que ameaçavam depor o Sultão, e seu governo pro-britânico. Os homens de SBS localizados em Barhein, estiveram presentes nas etapas prévias desta campanha, inicialmente transportando os homens do SAS em barcos pequenos, mas mais tarde participando de patrulhas e emboscadas no interior do país. Por volta de 1971 quando a retirada da Grã-Bretanha da Malásia e Singapura estava completa a Companhia Especial de Barco foi concentrada em Poole.
1971: Quando Índia e Paquistão entraram em guerra por causa dos conflitos no Paquistão Oriental, o SBS foi desdobrado para a região e ficou a bordo do HMS Albion, para realizar se necessário a evacuação de cidadãos britânicos do Paquistão Oriental. Os paquistaneses capitulam depois de duas semanas de guerra, um cessar fogo. E foi fundado o Estado de Bangladesh no antigo Paquistão Oriental, não sendo necessária a evacuação britânica. Praticamente esta foi a última participação do SBS nas distantes regiões do antigo império britânico, mas novas tarefas estavam surgindo na Europa.
1971 / Gibraltar: Como Gibraltar era o último bastião ocidental restante do império britânico no Mediterrâneo, e que estava bloqueado pela Espanha, o 6º SBS foi desdobrado para lá onde conduziu o reconhecimento em torno da rocha para assegurar que a Espanha não fizesse um assalto à colônia. O SBS começou a se envolver no apoio a forças policiais civis no combate ao trafico de drogas nas Caraíbas.
1972: Uma equipe de quatro homens foi lançada de pára-quedas em pleno Atlântico Norte para procurar por bombas a bordo do Queen Elizabeth 2, seguindo uma ameaça de terrorista. Nenhum explosivo foi achado. Também em 1972 a companhia enviou a Irlanda do Norte patrulhas de barco para monitorar o litoral e lagos, a procurar de terroristas do IRA. O SBS forneceu voluntários para compor a 14ª Intelligence & Security Company, que recebeu também homens do SAS.
1975: o 1º SBS foi destacado para o papel de contra-terrorismo marítimo (CTM), com a missão com missão de proteger as plataformas de petróleo do Mar do Norte, visto o crescimento da produção de óleo e da sua importância estratégica para a Inglaterra em virtude da crise do petróleo da década de 70.
1970 a 1979: Nesse período o SBS envolve-se também em missões de treinamento a nações amigas nos. Treinou as Companhias australianas de Commando e o Regimento do Serviço Especial Malaio, e treinou também a unidade iraniana de mergulhadores de combate, uma tarefa que durou até 1979, quando o Irã foi tomado por uma rebelião xiita, que levou a derrubada do Xá. Naturalmente nesta época também haviam exercícios com unidades similares dos paises da OTAN, especialmente as da Noruega, agora a área principal de responsabilidade dos Royal Marines. O treinamento de montanha e regiões árticas se tornou uma prioridade, tanto que os Royal Marines tem uma unidade especial dedicada a este tipo de ambiente e todos os anos os Royal Marines participam de treinamentos no norte da Noruega.
1980: Os Reais Fuzileiros Navais aumentaram a sua capacidade contra-terrorista com a criação da Companhia Commachio na Escócia. Ela incluir uma Seção Especial de Barco e o nome de 5º SBS foi dado a esta sub-unidade.
1982 / Ilhas Falklands ou Malvinas: Em abril de 1982 a Argentina tomou de assalto as Ilhas Falklands ou Malvinas. Imediatamente as Seções 2, 3 e 6 do SBS foram enviadas para o Atlântico Sul com um pequeno quartel-general tático, 84 homens, sob o comando do Major Jonathan Thomson. O 2º SBS foi a primeira unidade da pequena força-tarefa a retomar as ilhas da Geórgia do Sul, um pequeno grupo de ilhas, próximo as Ilhas Falklands ou Malvinas que também foi ocupado pelos argentinos. Todas as unidades dos SBS foram usadas no reconhecimento e observação sobre as Ilhas Falklands ou Malvinas, durante três semanas, antes dos desembarques principais. As equipes de SBS executaram reconhecimentos dos pontos mais propícios para desembarques das tropas.
Quando os britânicos desembarcaram na Baía de San Carlos em 21 de Maio, o SBS estava na praia para guiá-los para o interior. Com a ajuda da artilharia naval um destacamento do SBS com uma equipe de morteiro do SAS colocou fora de ação um posição argentina próxima a área de invasão, matando ou capturando cerca de 25 inimigos. Aqui, como em outras operações os homens do 148º Commando Avançado de Observação de Bateria estiveram sempre próximos, trazendo um apoio inestimável das armas dos contra-torpedeiros e fragatas.Depois dos desembarques, o SBS continuou com suas patrulhas por trás das linhas inimigas, inseridos por helicóptero ou submarino, ou às vezes por pequenas lanchas vindas diretamente da força-tarefa. Em uma destas operações, durante um ataque repentino contra um OP do inimigo, a equipe foi desviada inadvertidamente para uma área patrulhada pelo SAS. O Sargento "Kiwi" Hunt foi morto pelo "fogo amigo"no breve tiroteio que se seguiu. Ele foi o único membro do SBS a morrer durante o conflito.
Seis membros de 3 SBS estavam com o Esquadrão D do 22º SAS na última operação da guerra, uma noite antes do cessar-fogo. Eles realizariam um ataque de diversionario próximo a Port Stanley. O ataque principal seria realizado pelos Royal Marines em barcos. Mas diante do fogo pesado inimigo, o ataque foi cancelado. Os barcos foram seriamente danificados, mas a fortunadamente ninguém foi morto.
1987: O Grupo de Forças Especiais do Reino Unido foi estabelecido em 1987, com o Comandante do SAS, um Brigadeiro do Exército, tornando-se o Chefe de todas as Forças Especiais também. Seu Sub-Comandante seria um Coronel dos Reais Fuzileiros Navais. O SBS passou a ser oficialmente o Serviço Especial de Embarcações e suas sub-unidades era classificadas como esquadrões e não mais seções. A capacidade de contra-terrorismo marítimo (CTM) foi consolidada com o Esquadrão de M, em Poole, que foi plenamente equipado com nadadores-canoeiros. Equipes especializadas com veículos especiais de transporte de mergulhadores também foram estabelecidas lá.
1990 a 1991 / Iraque: Um esquadrão do SBS foi enviado ao Golfo em 1990 a 1991, como parte da Operação Escudo e Tempestade no Deserto, durante a Guerra do Golfo. Eram partes de contingente de forças especiais britânicas, que era composta principalmente pelo 22º SAS, sob o comando do Brigadeiro Andrew Massey. O Serviço Especial de Embarcações (SBS) conduziu só uma operação atrás de linhas iraquianas que se sabe até o momento. Na noite de 22 janeiro de 1991, 36 operadores do SBS, três homens das Forças Especiais dos EUA e um controlador de combate da USAF foram levados por dois helicópteros Chinook a cerca de 65km de Bagdá. Sua missão, dirigida por um Tenente do SBS, era destruir uma junção de cabos de fibra-ótica que se acreditava ser parte do sistema de comando e controle das baterias dos mísseis Scuds do Iraque. Os homens estavam fortemente armados e carregavam cerca de 400 libras de explosivos. A junção foi encontrada e uma parte da malha foi retirada para análise na retaguarda. O alvo foi destruído e depois de 90 minutos toda equipe foi retirada.
O Tenente do SBS comandou a operação agarrou um dos marcadores da rota de cabos e apresentou-o ao General Schwarzkopf em seu retorno.
Operadores do SBS usando helicópteros Sea Kings retomaram a embaixada britânica na Cidade do Kuwait no fim da guerra, embora, como a retomada da embaixada dos EUA, por tropas especiais, também transportadas por helicópteros, não era algo necessário. Depois da Guerra do Golfo o SBS foi usado também para apoio ações da Alfândega britânica, principalmente em interceptar contrabandistas de drogas.
1993 a 1999: Algumas patrulhas do SBS foram para a Bósnia em 1993, e um esquadrão inteiro foi instalado em 1995-1996, como parte da força da OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte que assumiu o controle da área. Durante os bombardeios de Kosovo e da Sérvia em 1999, uma pequena equipe foi unida a 42º Commando do Royal Marines, a bordo porta-helicópteros HMS Ocean no Mar Adriático. Ainda em 1999 o SBS operou no Timor Leste. Trinta homens do SBS estavam entre as primeiras tropas a desembarcarem no aeroporto de Dili, junto com elementos do SAS australiano e da Nova Zelândia.
2001 / Afeganistão: O mundo ocidental foi abalado diante dos ataques terroristas em 11 de Setembro nos EUA. Mas após identificar os culpados e aonde estavam instalados a resposta foi rápida. Os responsáveis pelo ataque pertenciam a organização terrorista Al-Qaeda de Osama Bin Laden, que tinha os seus campos de treinamento localizados no Afeganistão, que estava dominada pela milícia Taleban que dava proteção a organização de Osama Bin Laden. Menos de 24 horas após os ataques nos EUA, um satélite de espionagem estava sobrevoando os redutos de Osama Bin Laden nas montanhas do Afeganistão.
72 horas depois, forças especiais dos Estados Unidos e da Inglaterra estavam a caminho deste país, segundo fontes militares. Duas unidades SAS partiram da base aérea Brize Norton, possivelmente em aviões cargueiros Lockheed C-130 Hercules americanos levando helicópteros Little Bird que os transportariam para dentro do Afeganistão. Oficiais das SAS começaram a desencavar fichas de ex-soldados que haviam servido com os mujahedins durante sua guerra contra a União Soviética. Os aviões mais furtivos da Royal Air Force (RAF), três Nimrods de vigilância e comunicações pertencentes ao Esquadrão 51, normalmente ocultos numa"base dentro de uma base" em Waddington, Lincolnshire, decolaram à noite, partindo para os céus afegãos.
Analistas começaram a pinçar sinais de espionagem em busca de sintomas de movimentação entre terroristas assustados com a perspectiva de represália. Soldados das forças especiais russas Spetznat foram consultados. Alguns combateram no Afeganistão. A Chechênia deu-lhes maior experiência, controvertidamente brutal, na luta contra soldados islâmicos. Fontes militares dizem que os russos também participaram das operações. As forças especiais de vários países como Australia, Alemanha e Canadá, também participaram das missões nas montanhas afegãs, ao lados das Forças Especiais americanas (SEALs, Forças Deltas, Boinas Verdes, USMC Force Recon) e britânicas.
Mesmo o Afeganistão não tendo nenhuma praia e a quantidade de água ali existente ser muito pequena, o SBS foi desdobrado para operar ali, mas não em suas funções clássicas de incursões anfíbias e subaquáticas. Acreditasse que eles são destacados para operar a até cerca de 12 milhas da costa, ficando o resto sob responsabilidade do SAS.
Porém a presença de operadores do SBS no Afeganistão vem mostrar a versatilidade desta unidade. Os homens dos SBS são treinados em pára-quedismo, montanhismo, operações aerotransportadas, comunicações, contra-terrorismo (CT) e operações de coletas de informações, além de que muitos dos membros do SBS recebem treinamentos em línguas estrangeiras. Sendo assim o SBS estavam entre as unidades especiais moldadas para operar no teatro de operações do Afeganistão.
Os homens do SBS deram suporte a Aliança do Norte na tomada da Base Aérea em Bagram e estavam entre as tropas que tomaram Cabul. Jornalistas viram no dia 15 de novembro de 2001 cerca de 120 operadores do SBS descendo de um Lockheed-Martin C-130 Hercules na Base Aérea de Bagram, tomando posições de guarda e e depois disto instalando um radar de controle de trafego aéreo. No dia 16 de abril de 2002, 5 operadores do SBS socorreram cerca de 150 Rangers que se viram cercados por uma força de 500 homens da Al-Qaeda e do Taliban. Os operadores responderam a um chamado de socorro. Eles escalaram uma montanha por trás dos terroristas na região de Sha-i-Kot, ao sul de Cabul, de onde lançaram um chuva de balas de metralhadoras e morteiros contra os inimigos. Por esse ato eles foram recomendados a Medalha de Honra do Congresso Americano.
É certo que os homens do SBS estão dando suporte a muitas operações dos Reais Fuzileiros Navais britânicos no Afeganistão em suas inúmeras operações para acabar com os focos de resistência do Taliban e da Al-Qaeda, além de participarem diretamente na caçada de seus líderes, o Mulá Mohammed Omar e Osama Bin Laden.
2003 / Iraque: O SBS também foi acionado para participar da invasão do Iraque em 2003 que levou a queda de Saddam Hussein. Os homens do SBS operaram ao lado do SAS, do SASR e das forças especiais americanas, junto as forças curdas no norte ou com as comunidades xiitas no sul do Iraque. No começo do conflito os homens do SBS foram envolvidos nos preparativos para um assalto anfíbio a Península de Al-Faw, próxima ao porto de Umm Qasr. Depois foram inseridas equipes no norte do Iraque para realizar missões de reconhecimento e sabotagem. Um destacamento de cerca de 40 homens do SBS foi lançado perto de Mosul de onde se dividiu em pequenos grupos para realizar as mais variadas missões.