Comando de Operações Táticas - COT
O agente infiltrada da PF (Polícia Federal) saiu do galpão da fazenda e ascendeu um cigarro, passando logo depois a mão esquerda na cabeça.
Este era o sinal para a EA (Equipe Avançada), formada por uma dupla de snipers, de que de fato havia dentro do galpão um laboratório de processamento de drogas. Imediatamente a EA avisou os caçadores da CAOP - Coordenação de Aviação Operacional da PF para iniciar o ataque. Como um relâmpago o Bell 412 Caçador III surgiu do horizonte e se projetou sobre o galpão. De ambos os lados do helicóptero estavam três homens do COT, encapuzados e armados com fuzis Colt M-16A2. No apoio surgiu do outro lado um Bell 407 na função de gunship - uma plataforma de tiro que fornece apoio aéreo armado quando das operações de desembarque/embarque dos Bell 412.
Um traficante armado com um fuzil Colt AR-15, que estava do lado de fora do galpão fazendo segurança, ao ver o Caçador III esboçou uma reação mais foi imediatamente abatido pela equipe de snipers. Os homens do COT desembarcam e entram no galpão rapidamente, conseguindo render os outros traficantes, que diante da ação fulminante dos policiais federais não conseguiram reagir. Como apoio entrou na fazenda três pick-up 4x4 Nissan Frontier com mais homens do COT. A operação foi um grande sucesso e o COT, com o apoio do CAOP, mostrou mais uma vez o profissionalismo, o idealismo e a competência dos policiais federais ali lotados, na luta contra o crime.
O Comando de Operações Táticas - COT, foi criado em 1987, pelo Ministério da Justiça através do Departamento de Polícia Federal - DPF, com a missão de responder a ataques terroristas dentro do território nacional. Para tanto, seus integrantes receberam treinamento técnico-tático em unidades especiais das Forças Armadas no Brasil e no exterior - em unidades especiais nos Estados Unidos (SWAT), França (GIGN) e Alemanha (GSG-9).
Nos dias atuais o Comando de Operações Táticas - COT desempenha uma grande gama de operações.
COMO INGRESSAR NO COT ?
Uma unidade especial como o COT não se forma com quantidade, mas sim com qualidade, e seus integrantes devem ser policiais federais com predisposição especial para as atividades de riscos. A escolha dos membros é pautada na conduta e experiência profissional, além do potencial para desempenhar tarefas de difícil execução. Em primeiro lugar é preciso que o policial seja voluntário. Ninguém vai para lá por obrigação. As etapas seguintes são: aplicação de testes físicos, pesquisa sobre a vida funcional e, por fim, uma entrevista direcionada para a atividade a ser desenvolvida.
A ORGANIZAÇÃO DO COT:
* Coordenação do Comando de Operações Táticas * Serviço de Estratégias Táticas - SET * Serviço de Operações Táticas - SOT
SALVAR VIDAS A missão do Comando de Operações Táticas é salvar vidas e fazer cumprir a lei, principalmente dentro de um evento de crise, em atividade de alto risco. Os membros do COT têm como fundamentos doutrinários, a unidade de grupo, hierarquia, disciplina e lealdade.
Ao longo de sua história, o Comando tem registrado pleno êxito em todas as missões em que tomou parte. Para o COT, no entanto, não há segredo para a fórmula do sucesso. Além do pessoal especializado, é preciso que haja adequação e disponibilização de armamento e equipamentos modernos. Depois é só juntar esses dois componentes através de treinamento. Muito treinamento.
Para os membros do COT, a condição física não deve ser descuidada em momento algum, sob pena de ver diminuído o poder de reação. As sessões de tiro de reação ou precisão – com todo tipo de armas – são realizadas diariamente, tanto de dia como à noite. O mesmo ocorre com os treinamentos de recuperação de reféns, instalações e aeronaves.
Afinal, todos eles devem estar preparados para entrar em ação logo após estarem esgotadas as conversações e tentativas de soluções pacíficas.
Para desenvolver as mais variadas missões determinadas pela Direção-Geral da Polícia Federal, o COT dispõe de especialistas em operações e sobrevivência na selva, montanhismo, análise e operação de informações, mergulho, pára-quedismo, segurança de dignitários, negociação em delitos com reféns, táticas de resgate de reféns e muitos outras. Além do constante treinamento, o grupo tem participado de cursos no Brasil e no exterior, buscando adquirir novos conhecimentos com os melhores especialistas. Policiais de outros países, ao analisarem a atuação do Comando de Operações Táticas, indicam que o grupo alcançou a mesma excelência de organismos como a SWAT, da polícia de Miami, na Flórida e do Departamento de Estado do Governo dos Estados Unidos.
Encravado numa área de 40 mil metros quadrados, localizada no Setor Policial Sul, o COT já é considerado o maior centro de treinamento de operações táticas da América Latina. Foi inaugurando recentemente um moderno estande de tiro, construído para atender às necessidades dos membros do grupo, obedecendo às mais modernas recomendações técnicas. Não é à toa que o Comando conta com uma equipe de atiradores de elite (snipers), que dispõe de equipamentos sofisticados que permitem elevada precisão: um alvo pode ser atingido e imobilizado, em 100% dos casos, em distância de até 200 metros.
A área dispõe ainda de uma pista de maneabilidades, uma torre para exercícios diversos e um galpão especial para treinamentos de tomada de instalações, que servem tanto para a recuperação de reféns, como para a prisão de narcotraficantes.
Ao longo de sua atuação, o COT participou de vários resgates de reféns durante seqüestro de aeronaves e de muitas outras missões de risco, como apreensão de drogas no país, toneladas por sinal, ações de desapropriação bens, além de participar no programa de atuação conjunta com os militares nas OperaçõesPEBRA (Peru e Brasil) e VEBRA (Venezuela e Brasil).
No conjunto de ações do COT ainda podemos citar a resolução dos seqüestros:
* Do um Boeing 737 da VASP (Goiânia/1988); * De um Bandeirante do governo potiguar (Belém/1988); * De um bimotor (Itaituba-PA/1990).
Na área de proteção o COT foi usado na seguranças de vários eventos e conferências internacionais como por exemplo a Eco-92, a III Conferência Íbero-Americana (Salvador/1993) e a XXIV Assembléia Geral da OEA (Belém/1994).
Vale ressaltar que qualquer uma das missões empreendidas pelo COT dentro da tarefa de luta contra o narcotráfico e o crime organizado (prisão de suspeitos, transportes de presos, erradicação de plantios de maconha, localização e eliminação de laboratórios de processamento de cocaína, localização e destruição de pistas de pouso clandestinas, análise e operação de informações, montanhismo, mergulho, pára-quedismo, segurança de dignitários (VIP), negociação em delitos com reféns, táticas de resgate de reféns e muitos outros. Muitos dos cursos são realizados no exterior.
O COT também conta com o apoio especial das aeronaves da Coordenação de Aviação Operacional - CAOP da Polícia Federal, notadamente os helicópteros Bell 412 e Bell 407. As duas forças convivem quase que diariamente devido aos constantes deslocamentos do COT.
Os membros do COT usam os mais diversos trajes em suas operações. Podem ser completamente camuflados, em vários padrões (brasileiro, americano, francês, etc.), para os mais variados ambientes como selva e urbano. Podem também usar as camisas pretas com o distintivo do DPF com calças camufladas ou simplesmente estarem usando roupas civis. Os membros do COT em suas operações podem usar bonés com a sigla COT, gorros negros, chapéus camuflados ou ainda capacetes.
O COT usa um grande variedade de armas leves como fuzis automáticos, rifles de snipers, submetralhadoras e pistolas. Entre os fuzis automáticos os membros do COT podem usar o fuzil Colt M-16A2 e a sua versão mais curta o Colt Commando M-4A1. Entre as submetralhadoras podemos encontrar a sempre presente H&K MP-5, em suas várias versões.