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Regimento de Serviço Aéreo Especial- RSAS


O SASR - Special Air Service Regiment é um elemento do Grupo de Forças Especiais do Exército australiano que inclui o 4º Batalhão, o Real Regimento Australiano de Comando (4RAR), o 1º Regimento de Comando (uma formação de reserva), e o SASR. O SASR tem uma reputação como uma força especial de elite e é cercado por um nível de segredo oficial, para salvaguardar a identidade de seus operadores como também para criar uma certa mística em torno das forças especiais, o que é usual nesse tipo de unidade.

O começo da história das forças especiais australianas pode ser localizado nos anos quarenta quando os soldados australianos faziam parte da Allied Intelligence Bureau (Agência de Inteligência Aliada). No dia 25 de julho de 1957, quando o Exército Australiano incumbiu o Major W.Gook para que formasse uma unidade de forças especiais.

O Major Gook passou a comandar a 1ª Companhia de Serviço Aéreo Especial (o SASR). Porém só em 20 de agosto de 1964, é que o SASR se tornou um Regimento completo com três "Esquadrões Sabre", um Esquadrão de Treinamento, e um QG. O SASR foi modelado pelo 22º SAS britânico.

O pessoal do SASR usavam uma boina vermelha (indicando-os como uma Companhia de Pára-quedistas) com o distintivo do Corpo de Infantaria do Exército. Entretanto em 1966, o SASR recebeu permissão para mudar a sua boina vermelha para a característica boina areia indenticos ao 22º SAS britânico.

O SASR executa uma grande variedade de missões, como resultado da limitação de recurso das Forças de Defesa Australianas (ADF). Ao pessoal do SASR é exigido ser proficiente em um número considerado de habilidades. Realmente considerando que outras forças especiais, como o SBS britânico ou a Força Delta norte-americana, podem de certa forma se especializar mais ou menos em algumas áreas, ao SASR é exigido cobrir quase todo o espectro relacionado com as forças especiais como vigilância, reconhecimento, recolhimento de inteligência, C-SAR, tarefas ofensivas limitadas, operações anfíbias, operações aerotransportadas, contra-guerrilha e contra-terrorismo (CT). O SASR é uma unidade relativamente pequena com uma força de mais ou menos 600 a 700 operadores, organizados em três Esquadrões Sabre (o principal elemento do SASR). Um dos três Esquadrão Sabre fica sempre na Austrália para possíveis operações contra-terrorismo (CT) em território nacional, enquanto os outros dois podem ser enviados para o exterior para realizar outras missões. O rodízio dos três esquadrões acontece em períodos anuais. Outras formações incluem: um QG, um Esquadrão Básico (administração e apoio logistico), um Esquadrão de Treinamento, um Esquadrão de Sinaleiros, além de várias sub-unidades especializadas que apóiam os Esquadrões Sabre.

O SASR está baseado em Swanborne Barracks em Perth (Austrália Ocidental). A idade média dos homens do regimento está na faixa do 27 anos. O pessoal é selecionado diante de um duro teste que visa não só a excelente aptidão física, mas também a determinação mental e a inteligência. Os candidatos devem ter mais de dois anos no Exército. O SASR é talvez a unidade mais altamente treinada do Exército Australiano e usa os mais recentes equipamentos e dispositivos para treinamento. O treinamento é administrado com uma realidade desconcertante, em ambientes semelhantes aos que o SASR poderá vir operar. Por causa deste realismo nos treinamentos, normalmente eles sofrem com uma alta taxa anual de vítimas ao redor 3%. O treinamento com fogo real é uma norma. Muitos operadores já morreram durante os treinamentos e muitos outros ficaram feridos.

Em uma unidade operacional básica do SASR a patrulha consiste em quatro, cinco e às vezes seis homens (comandante, artilheiro, médico, rádio-operador e outras posições que forem necessárias), contudo às vezes as patrulhas podem operar junto com outras.

A maioria dos operadores do SASR também têm algumas qualificações lingüísticas, e os membros da patrulha freqüentemente também são especialistas nas áreas dos outros operadores para limitar o impacto das perdas em combate.

Reconhecimento, vigilância e levantamento de inteligência é uma das especialidades do SASR, e ainda tarefas de ofensivas pequenas como emboscar por exemplo. Realmente em muitos casos tais tarefas ofensivas seriam levadas a cabo pelos Comandos ou através de unidades de infantaria mais convencionais. Igualmente o SASR, como já declarou, é adepto a fazer várias tarefas de outras forças especiais.

SELEÇÃO E TREINAMENTO

Seleção para o SASR era realizada em Stirling Ranges. Lá os recrutas eram testados em sua resistência física e determinação mental. Essa seleção compartilhava muitas das características de Brecon Beacons em Gales (casa de seleção do SAS britânico). Stirling Ranges foi usado até 1990 quando foi fechado pelo Governo australiano. Algumas mortes e outros acidentes causaram esta atitude governamental. Alguns treinamentos em montanha ainda é realizado em Stirling Ranges, mas isto deve ser monitorado de forma que ninguém venha se ferir. A seleção para o SASR é dura. Menos de 10% dos que participam da seleção são aprovados.

Uma regra nova foi somada recentemente e foi permitido que os membros de outras armas da Força de Defesa australiana, como Marinha e Força Aérea, venham a se unir ao SASR. Os voluntários agora vêm de todos os lugares, soldados entediados, motoristas de tanque, mecânicos, pilotos da RAAF, etc. Qualquer um pode se candidatar. Seleção agora é feita em Polkobon Ranges e também executada em Singleton. O curso é anfitrião dos membros do Exército que tentam se unir aos Comandos ou ao SASR. Depois de três semanas em que todos os candidatos estão juntos, a classe de Comandos passa para o seu próprio treinamento, enquanto os candidatos do SASR ainda terão outras três semanas de sua própria de seleção.

Depois de aprovados eles tem um intenso treinamento de 12 meses. Se alguém fracassar em um curso ele será enviado de volta a sua unidade de origem.

Os cursos administrados durante o treinamento do SASR:

  • Treinamento de Pára-quedismo básico.

  • Curso de patrulha.

  • Mergulho e manejo de botes.

  • Comunicações

  • Treinamento de selva.

  • Explosivos e Treinamento com Armas.

  • Treinamento de idiomas.

  • Treinamento com veículos (jipes como os Land Rovers, motocicletas, etc.)

  • Treinamento contra-terrorista (CT).

GRUPO TÁTICO DE ASSALTO - TAG / OAT

A primeira unidade de contra-terrorista (CT) formada pelo SASR era de fato uma unidade que já existia.O 1º Esquadrão recebeu as ordens para operações contra-terroristas (CT) nos anos 70 até 1978, quando o governo australiano disse que eles precisaram de uma equipe CT "full time". Novamente o Exército buscou o SASR. Foi ai que eles criaram uma sub-unidade nova chamada TAG.

O TAG, ou Grupo Tático de Assalto, é formado por membros do SASR (como a Força Delta é formado por membros das SpecOps dos Estados Unidos). A princípio cada grupo estava dividido em equipes: Terra (Gaunlet Teams) ou Água (Nulla Teams).

Com o passar do tempo elas foram renomeadas (Gaunlet 1, 2, e 3). Depois que o TAG estava formado acharam que ele precisava reorganizar seus homens. Enquanto uma tropa estava pronta para se desdobrar rapidamente, as duas outras tropas estariam treinando.

Em 1980 o Governo australiano insistiu na necessidade de uma unidade contra-terrorista marítima que pudesse retomar plataformas de petróleo em Bass Strait. Esta unidade foi chamada de OAG (Grupo de Instalações Costeiras - Offshore Instasllations Group). Esta unidade é muito similar ao DEVGRU da Marinha americana e o dois freqüentemente treinam juntos. O TAG necessitou de mais operadores para ajudar desempenhar o seu novo papel. Um grupo pequeno da unidade de Mergulhadores de Combate da Marinha australiana foi então transferida para o SASR, com o objetivo de ajudar na implementação do OAG.

Muitos membros do SASR não gostaram da idéia de que os mergulhadores entrassem no SASR sem passar pela sua seleção, assim para os satisfazer cada mergulhador teve que se submeter a seleção do SASR e tiveram que se tornar pára-quedistas qualificados. A unidade foi mudada depois para OAT (Equipe de Assalto Costeiro - Offshore Assault Team). Como o nome seu mostra claramente eles estão responsáveis em responder a qualquer atividade terrorista no ambiente marítimo. Eles aprenderam a assaltar navios, plataformas de petróleo, pequenas embarcações, e outros objetivos navais em potencial.

Para fazer parte do TAG/OAT o operador deve primeiro fazer parte do SASR.

Depois que um soldado completa dois anos em um Esquadrão Sabre, ele pode então se candidatar ao TAG/OAT. Todas os operadores do TAG/OAT estão qualificados em saltos HALO e HAHO. Eles devem ser proficientes em todos os trabalhos do TAG/OAT. Os governo australiano investe pesado na preparação e manutenção desta força.

ARMAS E EQUIPAMENTOS

A principal arma que o SASR usa é fuzil americano Colt Commando M-4A1. Já os fuzis Colt M-16A1 foram muito usados nas campanhas de Bornéu e do Vietnã, mas foram substituídos por uma versão mais moderna e mais curta. O fuzil standard das forças australianas, o Steyr AUG, é raramente usado. Os M-4A1 podem ser providos com uns lançadores de granada M-203 de 40mm. O SASR também usa as Minimi. Os M-60 de 7.62mm também são usados. Esta arma foi muito usada no Vietnã. O SASR usa muitas armas fabricadas pela H&K. Entre elas a sub-metralhadora MP-5 e o fuzil G-3. Estas armas são principalmente usadas pelo TAG/OAG, embora possam ser usadas por outros Esquadrões em missões específicas. O SASR usam um veículo 6x6 baseado no Land Rover 110 como seu veículo principal.

O caminhão é um de espécie de Land Rover que pode ser adaptado com uma mistura de várias armas como as .50, Mk19 40mm ou GPMG.

HISTÓRICO DE COMBATE DO SARS

1965 a 1966: O SASR foi desdobrado pela primeira vez para Brunei em 1965. Foi enviado o 1º Esquadrão para a área de operação. Mais tarde naquele mesmo ano o 1º Esquadrão também foi desdobrado para Bornéu. O SASR foi encarregado bloquear o avanço dos comunistas indonésios que tinha o objetivo de tomar Bornéu. Eles trabalharam freqüentemente lá ao longo de toda a campanha ao lado o SAS britânico e neozelandês (NZSAS).

O conflito de Bornéu era um duro para teste para o SASR australiano. Os homens logo se viram morando na selva, às vezes em missões de patrulha que duravam meses. Eles aprenderam a localizar o inimigo, realizar emboscadas, e a derrotar os próprios em seu próprio jogo. Isto provaria novamente ser efetivo no Vietnã. Outro modo que o SASR derrotou o inimigo era ganhar os "corações e mentes" dos nativos. Os membros das tribo locais normalmente ajudariam de qualquer forma que eles pudessem, e o SASR forneceu auxílio e tratamento médico, além de comida para os aldeãos. A ameaça principal vinha de um grupo conhecido como RPKAD. O RPKAD era conhecido por ser extremamente brutal. Eles usavam um distintivo no boné que descreveu um jogo de Asas Aerotransportadas com um punhal, que estavam sob um octógono. Os homens do RPKAD normalmente eram reconhecidos por causa deste distintivo no boné. O RPKAD foi o precursor dos hoje conhecidos KOPASSUS A guerra durou até as 1966. Três homens de SASR morreram em serviço ativo em Bornéo. Nenhum morreu de contatos diretos com o inimigo.

1969 a 1971 / Guerra do Vietnã: O SASR foi enviado para o Vietnã como parte do compromisso da Austrália com o combate a expansão comunista na Ásia. O 3º Esquadrão foi o primeiro a ser desdobrado para o conflito. O SASR realizou muitas patrulhas de longa na selva. Eles combateram duramente o inimigo e também travaram a guerra de "corações e mentes" novamente. O SASR sofreu os mesmos tipos de problemas que os americanos. O inimigo se escondia entre os civis que eram forçados a delatá-los. Eles muitas vezes usavam homens capturados dos vietcongs ou NVA (Exército do Norte) para lhes ajudar a localizar o inimigo. O SASR começou operando com os SEALs e as Forças Especiais do Exército dos Estados Unidos. O SASR também ajudou com a Escola Americana Recondo e com as missões dos MAC-V-SOG. A Escola Recondo foi iniciada na Austrália, e os diretores foram passados para os americanos. O Curso de Patrulha que o SASR realiza hoje é semelhante ao ministrado na Escola Recondo. Os laços entre o SASR e as unidades de Operações Especiais americanas ainda são muito fortes hoje. O SASR lutou no Vietnã até 1971. Durante o conflito 4 soldados do SASR morreram durante acidentes, um morreu meses depois de ferimentos e um foi dado como desaparecido em combate.

1991: Uma pequena equipe de soldados do SASR voltou ao Camboja (uma área onde nos anos sessenta e setenta, o SASR tinha operado contra guerrilheiros cambojanos). Eles faziam parte da equipe da ONU, enviada para ajudar numa Missão de Paz. Eles realizaram várias outras tarefas como limpeza de campos minados, guarda de monumentos antigos (que era os objetivos favoritos do inimigo), ajuda médica, etc. O primeiro grupo consistiu de 8 soldados de SASR, porém muitos vieram depois.

Existem rumores de que o SASR participou da Guerra de Golfo em 1991. É sabido que alguns membros do SASR foram "anexados" ao 22º SAS britânico. Outras fontes chegam a dizer que os operadores do SASR chegaram a agir "independentemente" durante o conflito.

1994 / Somália: O SASR foi enviado para a Somália,Operação Iguana. A unidade enviada foi a Tropa J do 3º Esquadrão. Os homens tiveram várias tarefas: Proteção VIP, Prover equipes de resposta rápida, patrulhas a pé e móveis (usando APCs - Armed Personnel Carriers). Os homens ganharam o apelido de "Gerbils". Durante uma patrulha móvel, um grupo de somalis apontou suas armas para os australianos. Antes que eles pudessem apertar o gatilho um operador do SASR usou a sua Minimi de 5.56 e matou dois imediatamente. Esta foi a primeira "matança oficial" desde o Vietnã.

1994 a 1995 / Ruanda: O SASR foi enviado para Ruanda para ajudar a ONU. O seu trabalho era prover ajuda médica para os doentes e feridos. Milhares de refugiados estavam buscando ajuda. Os qualificados médicos do SASR provaram logo o seu valor. Eles salvaram centenas de vidas.

1996: O SASR sofreu um duro golpe neste ano. O 1º Esquadrão estava se preparando para um exercício de CT. Homens deste Esquadrão subiram a bordo de dois Helicópteros Blackhawk. Durante o vôo, um helicóptero colidiu matando 15 membros do Regimento.

1999: O SASR foi desdobrado para o Timor Leste. O SASR foi encarregado de várias missões: Proteção VIP, operações de LRRP e guarnição de postos de controle. O principal inimigo neste conflito era o Governo indonésio, e mais diretamente, um velho conhecido do SASR: o KOPASSUS. Essa força enfrentou como dissemos logo atrás o SASR na época das operações em Borneu como RPKAD.

Muito tempo depois deste conflito o KOPASSUS chegou a treinar com o SASR, as Forças Especiais americanas e o SEALs. Agora eles eram acusados de crimes de guerra terríveis. Há rumores de que dois operadores foram feridos em um confronto com as milícias indonésias

2000: As tropas do SASR também foram acionadas para dar proteção nos Jogos Olímpicos de Sydney. As tropas estavam se preparando desde 1997. Os soldados vinham treinado exaustivamente o resgate de reféns, entre outras missões.

2001 a ... / Operação Enduring Freedom: Mais recentemente, foram desdobrados cerca de 100 operadores do SASR para o Afeganistão na guerra contra Al-Qaeda. Em novembro de 2001 fontes da mídia australiana anunciaram que o SASR tinha sido desdobrado para o Kuwait em preparação para operações no Afeganistão, embora o governo australiano se recusasse a confirmar ou negar tal informação. A confirmação veio logo depois quando um funcionário do governo dos Estados Unidos se referiu à presença de soldados australianos nas operações avançadas na Base de Rhino em Dolangi, a 100 km a sudoeste de Kandahar. Realmente uma equipe avançada do SASR tinha chegado lá, com parte de um grupo maior, provavelmente do 1º Esquadrão, que seria desdobrado por via aérea diretamente para Rhino vindo do Kuwait entre 2 e 3 de dezembro, nove dias depois que a base foi assegurada pelos U.S. Marine Corps. O SASR foi subseqüentemente integrado na estrutura de comando americano da CJSOTF South - Combined Joint Special Operations Task Force - South (Força Tarefa de Operações Especiais Conjuntas - Sul), operando sub a designação de TF64 - Força Tarefa 64.

O SASR chegou ao Afeganistão plenamente equipado para lutar num ambiente extremamente severo. Eles inclusive estavam usando o novo uniforme camuflado australiano "padrão deserto", como também estavam usando equipamentos e itens especiais extras, como agasalhos para frio extremo, mísseis anti-blindados e óculos para visão noturna.

Outros equipamentos incluíam veículos de seis rodas Long Range Patrol Vehicles (LRPVs), veículos de quatro rodas Land Rover 110, motocicletas de seis rodas Apollo, motocicletas normais, como também um alcance de armas de fogo direto de pequenos e médio alcance. Os LRPVs operados no Afeganistão estão fortemente armados com M2 de .50 (MGs), bem como vários MAG-58 de 7.76mm e F-89 Minimi de 5.56mm. A arma pessoal standard dos operadores é a Colt Commando M-4A1 de 5.56mm.

Os australianos começaram a operar no dia 8 de dezembro com patrulhas de 5 a 6 homens realizando reconhecimento a partir de Rhino com o objetivo de levantar inteligência e localizar posições inimigas.

Durante as primeiras operações do SASR no Afeganistão foi determinada uma área própria para suas missões no Afeganistão Meridional, onde eles empreenderam operações independentes de natureza coberta e semi-coberta. As equipes também se envolveram em várias operações em comum com as forças dos Estados Unidos. Em 2002 e 2003 o SASR ainda estava operando em várias áreas no Afeganistão, participando de inúmeras operações ao lado das forças da Coalizão.

SASR esteve envolvido em muitas muitas outras operações sobre as que nós nunca viremos a saber.


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