Special Air Service- SAS
A mais famosa e completa força de elite de todos os tempos foi criada em 1941 na África do Norte por um jovem tenente, um escocês de 24 anos membro da Guarda Real da Escócia, chamado David Stirling, que também tinham servido na Layforce - uma unidade dos Comandos que operava no Oriente Médio. A nova unidade recebeu o evasivo nome de SAS - Serviço Aéreo Especial, para dar a impressão aos alemães que haviam tropas de pára-quedistas servindo no Exército britânico no Cairo.
Durante a II Guerra Mundial o SAS lutou na campanha da África do Norte, na Itália e no noroeste da Europa, onde firmaram a sua reputação.
Com o fim da guerra o SAS foi desativado, mas no início da década de 50 foi reativado como 22º SAS e desde então tem lutado pela Grã-Bretanha nos mais diferentes lugares (Malásia, Omã, Bornéu, Vietnã - vestindo uniformes norte-americanos, Aden, Irlanda do Norte, Ilhas Falklands ou Malvinas, Libéria, Golfo Pérsico, Bósnia, Kosovo, Serra Leoa e atualmente Afeganistão e Iraque).
Todas essas campanhas tornaram os operadores do SAS imbatíveis em combates dos mais variados, desde assaltos no deserto passando por combates na selva e ações contra-terroristas (CT). Todas essa experiência lhes deu capacidade de desenvolverem as mais avançadas técnicas de combate que são copiadas por forças especiais em todo o mundo. O Regimento ativo do SAS é o 22º SAS (o 21º e 23º são do Exército Territorial).
Atualmente o 22º SAS possui cerca de 600 a 700 homens na faixa etária média de 27 anos. Eles são selecionados entre voluntários que já serviram pelo menos três anos em uma unidade regular do Exército britânico. Os candidatos a servirem no SAS passam por um duro e implacável curso de seleção que define se os candidatos têm capacidade de recuperação mental, boas condições físicas e autodisciplina. O processo começa com uma marcha solitária pela floresta, culminando com uma marcha forçada de 24 horas por 64 km carregando uma mochila de 25 kg. Os que não desistem passam para um treinamento especializado de quatorze semanas, que inclui pára-quedismo, técnicas de combate e sobrevivência.
A partir daí, já como membros do SAS, aprendem línguas estrangeiras, medicina de combate, demolição, tiro de precisão, entre outros.
Somente 5% a 7% dos candidatos chegam até o fim, pois exige-se uma combinação rara de talentos que só pode ser encontrada em poucas pessoas. Os operadores do SAS são treinados para usar praticamente qualquer tipo de arma britânica ou estrangeira, seja para aproveitar alguma qualidade especial ou para tirar proveito das armas que lhes caiam nas mãos durante uma batalha.
O SAS esteve por muitos anos baseado em Hereford, no Oeste da Inglaterra. Stirling Lines era a casa do regimento em 1999. Neste ano o 22º SAS se mudou para uma base reformada da RAF - Real Força Aérea em Credenhill, nos subúrbios de Hereford.
O 22º SAS tem cinco esquadrões Sabre (A, B, D, G e R) incluindo quatro tropas cada um (menos o R que é um esquadrão de reserva). Cada tropa tem cerca de 32 homens organizados em quatro patrulhas de 8 homens cada. Mas nem sempre esse padrão é seguido, pois as condições da missões podem mudar essa proporção. Cada tropa tem uma especialidade em termos de uma habilidade de "inserção". Estas habilidades são:
AR: Pára-quedismo;
MONTANHA: Escalanda;
MOBILIDADE: Veículos e motocicletas;
ÁGUA: Mergulho, barcos e canoas.
Existe ainda no Quartel General (QG) do Regimento, um Esquadrão de Treinamento (responsável pela seleção e treinamento dos operadores) e o Esquadrão 264º de Sinaleiros. Há também várias unidades menores de apoio como: Pesquisa de Operações, Demolições, Seção de Pára-quedas, Seção de Barco, Seção do Corpo Aéreo do Exército e uma sub-unidade responsável pelo funcionamento administrativo diário de todo o 22º SAS. O uniforme (usado em instalações militares em tempo de paz) é o padrão do Exército britânico, com alguns detalhes que os distinguem dos demais: a boina cor de areia, a insígnia da boina (uma adaga alada com a frase "Quem ousa vence" e as letras "SAS" orladas por asas, no ombro direito. Para missões contra-terroristas (CT), há um uniforme todo preto. Porém, como já é de praxe, eles não se prendem a uniformes padrões quando operam por trás das linhas inimigas. Dentro de uma mesma patrulha os homens podem usar combinações diferentes de uniformes militares quer sejam eles britânicos ou não, uniformes inimigos e até trajes civis. Por tudo isso o SAS se tornou a ponta de lança da Grã-Bretanha seja em guerras abertas ou ocultas e uma lenda mundial.
O SAS - Special Air Service sempre usou uma grande variedade de equipamentos e uniformes. O uniforme básico consiste em um colete especial e calças com camuflagem DPM - Disruptive Pattern Material, modelo da Marinha Real inglesa. Além do cinto personalizado, outra característica singular é o capuz de lã preta, usado em operações "atrás das linhas inimigas". Foram operadores desta unidade que iniciaram a retomada das Ilhas Falklands ou Malvinas. Nas águas geladas do Atlântico Sul, os operadores do SAS enfrentaram temperaturas de até 15 graus negativos, fortes correntes marítimas e rochedos íngremes que dificultavam muito as ações. Graças às informações obtidas por estes operadores, fornecidas à força naval inglesa por meio de minúsculos transmissores do tamanho de uma caixa de fósforos e alcance de 300 km, as Ilhas Geórgia do Sul foram facilmente reconquistadas, abrindo caminho para a posterior retomada das Ilhas Falklands ou Malvinas.
Campos de Batalha do 22º SAS até 2003:
Norte da África: 1941 - 1943
Sicília: 1943
Itália: 1943 - 1945
França: 1944 - 1945
Holanda: 1945
Alemanha: 1945
Malásia: 1950 - 1958
Oman: 1958 - 1959
Bornéu: 1965 - 1966
Vietnã: Operação não oficial
Aden: 1967
Irlanda do Norte: 1976 - ...
Somália: 1977
Afeganistão: 1979 - 1989 (não oficial)
Embaixada Iraniana - Londres: 1980
Ilhas Falklands ou Malvinas: 1982
Beirute: 1983 (Operação não oficial)
Camboja: 1985
Prisão Peterhead: 1987
Gibraltar: 1988
Colômbia: 1989
Libéria: 1990
Iraque: 1990 - 1991
Bósnia: 1994 - 1998
Albânia: 1998
Golfo Pérsico: 1998
Kosovo: 1999
Serra Leoa: 2000
Macedônia: 2001
Afeganistão: 2001 - ...
Iraque: 2003 - ...