Grupo Especial de Retomada e Resgate- GERR
Criado em 1986, o Grupo Especial de Retomada e Resgate - GERR tem como missão resgatar militares ou autoridades civis mantidos em confinamento ilegal, busca e resgate de pilotos abatidos em combate sobre território hostil, e retomada de instalações de interesse da Marinha do Brasil.
Formado por elementos do Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais - Batalhão Tonelero, atua predominantemente em ações terrestres, ficando a cargo do Grupo de Mergulhadores de Combate - GRUMEC as ações em ambiente aquático. Com a crescente onda de seqüestros e o aumento da atuação dos narcotraficantes nas grandes cidades, o GERR busca atualizar sempre a sua doutrina operacional, estando preparado para atuar em áreas urbanas.
Para atender às exigências de pronto-emprego, em qualquer lugar do país no menor tempo de resposta possível, seus membros, divididos em unidades e equipes, devem possuir o curso especial de comandos anfíbios, rigorosamente selecionados, habilitados em pára-quedismo e mergulho. O adestramento do grupo está fundamentado na aplicação de técnicas modernas, voltadas para o estado da arte em relação aos países com reconhecida experiência neste tipo de operação. O programa de treinamento foge aos padrões tradicionais, permitindo dotar estas equipes de um elevado nível de desempenho e capacidade de reação, facilitando o cumprimento de suas tarefas. O adestramento do GERR é realizado de forma contínua com o propósito de manter durante o ano todo, seu permanente estado de prontidão.
Composto de três fases, o curso de formação de um operador do GERR é muito duro, a primeira chamada de fase básica, complementar à formação dos comandos anfíbios, enfatiza as técnicas específicas de atuação individual dos componentes do GERR em ambiente rural e urbano, abordando os seguintes assuntos: pistas de aplicação militar, instrução básica de combate, apoio aéreo, patrulhas, ações de contra-guerrilha, operações psicológicas, manuseio de armamentos diversos da unidade, combate noturno e infiltração/exfiltração com uso de helicópteros.
Mas a complexidade de suas missões requer um nível de conhecimento mais técnico, que é obtido na segunda fase do treinamento, quando cada equipe será adestrada em separado, de modo a atingir uma performance compatível com os requisitos exigidos ao seu emprego.
Nesta fase serão enfocados os seguintes assuntos: comunicações, abordagem de edificações, coordenação do apoio de fogo, artefatos químicos, tiro de precisão, tiro com besta, técnicas de silenciamento, de reconhecimento , de memorização, de observação, de negociação, além do uso de minas e armadilhas.
A última fase visa desenvolver o trabalho em equipe, a coordenação entre as frações, a liderança e o emprego do GERR como um todo em ações de retomada e resgate. A melhoria constante dos índices individuais leva a uma eficiência próxima do "erro zero". Suas armas, equipamentos e uniformes são os mesmos do Batalhão Toneleiro ao qual pertencem, como as submetralhadoras H&K MP-5 SD3 de 9 mm, com silenciador, fuzis para sniper Parker-Hale de 7,62 mm, fuzis Colt Commando M-4A1 de 5,56 mm e óculos de visão noturna.
Embora não divulgado pela Marinha, alguns membros do GERR podem estar fazendo parte do contingente de Fuzileiros Navais em atuação na Missão de Paz da ONU, no Haiti, prontos para qualquer eventualidade, com grande possibilidade de terem atuado na ação que retomou a casa do ex-presidente que fora invadida por rebeldes armados.