Kommando Spezial Kraefte - KSK
Entre 1994 e 1995 a Alemanha criou o Kommando Spezial Kraefte, ou simplesmente KSK, unidade de operações especiais do Exército alemão. Aproximadamente 20 soldados foram treinados no outono de 1996, e a unidade estava completamente operacional em abril de 1997. De acordo com relatórios, o impacto de ver 11 cidadãos alemães serem salvos por forças estrangeiras (pára-quedistas belgas e franceses) em Ruanda durante o ano de 1994, porque não havia nenhuma unidade alemã capaz de realizar tal operação foi o principal fator para se criar o KSK. Para completar o seu efetivo foram retiradas uma Companhia de Commado de cada uma das três Brigadas Aerotransportadas, juntamente com o reforço das 2 Companhias de Reconhecimento de Longo Alcance (a 3ª foi desmobilizada). A unidade planeja ser completamente operacional quanto atingir a dotação de 1.000 operadores completamente treinados.
SELEÇÃO E TREINAMENTO
Os candidatos devem ser oficiais com menos de 30 anos de idade ou graduados com menos de 32 anos de idade. Os candidatos podem vir de qualquer parte do Exército. Os candidatos devem ser aerotransportados qualificados (pára-quedistas). Os candidatos se oferecem para servir durante pelo menos 6 anos com o KSK.
O KSK enfatiza um alto critério de seleção, baseado em um duro e logo treinamento. Os padrões do KSK exigem soldados maduros e de um nível intelectual e profissional considerável. O processo de seleção e treinamento básico leva 3 meses. Todos os operadores devem ser treinados em saltos HALO/HAHO e mergulho de combate.
No processo de seleção os candidatos passam:
1 dia de testes psicológicos. 1 semana de seleção. 2 dias de testes de aptidão física.
3 dias adicionais de testes psicológicos.
Passando pela seleção o recruta KSK enfrentará um treinamento básico de ações de comandos que são divididos em duas partes:
1ª Parte: 1 semana de treinamento em Fuga e Evasão, que o testará debaixo de condições extremas, inclusive uma marcha de 100 km em 4 dias com carga pesada e incidentes inesperados, como cruzamentos de rios, orientação com mapas e condução de emboscadas. 1 hora de treinamento em Encenação Psicologica.
2ª Parte: 3 semanas no Curso de Sobrevivência de Combate na Escola Internacional de Patrulha de Longo Alcance em Pfullendorf.
Todo treinamento especializado será completado antes que o novo recruta seja designado para uma equipe operacional. Pelo menos alguns membros também recebem treinando em direção defensiva e técnicas direção de veículos em altas velocidades.
Os operadores do KSK estão aptos a operar nos mais variados ambientes, do calor escaldantes do deserto as gelidas temperaturas árticas.
MISSÕES DO KSK
Entre suas tarefas incluem: 1) Defesa do território alemão e de seus interesses no estrangeiro. 2) Combate ao terrorismo internacional.
3) Apoio a missões de paz.
4) Participar de Forças de Reação Rápida.
5) Reconhecimento estratégico.
O KSK é responsável por operações atrás das linhas inimigas, reconhecimento de longo alcance, ataques estratégicos, operações contra-terroristas (CT), resgate de reféns ou evacuação de cidadãos alemães em áreas de risco no estrangeiro em cooperação com nações aliadas e especialmente com a OTAN. A unidade também está preparada para realizar operações C-SAR. O KSK é moldado de acordo com o SAS. Apesar de sua capacidade resgate de reféns o KSK é uma unidade militar, com missões militares, e não outra GSG-9. O KSK poderá ser ser deslocado para onde o GSG-9 não pôde (pelo menos oficialmente), entretanto isso já aconteceu (o resgate de um avião da Lufthansa no Aeroporto de Mogadishu, Somália em outubro de 1977, por exemplo).
Mesmo assim o KSK mantém uma equipe de Resgate de reféns pronta para auxiliar a polícia alemã sempre que necessário. O KSK será também usado proteger ou projetar os interesses internacionais da Alemanha. Suas missões são bem semelhantes as desempenhadas por unidades estrangeiras afins como o SAS, Força Delta ou as U.S. Special Forces (Boinas Verdes).
O KSK está organizado em um Quartel General (QG), 1 Companhia de Sinaleiros (Comunicações), 4 Companhias de Commandos, 1 Companhia de Reconhecimento de Longo Alcance, 1 Companhia de Apoio e 1 Pelotão de Treinamento.
A Companhia de Comando tem a seguinte estrutura:
4 Pelotões de Commandos: Consistindo em 4 equipes de 4 homens cada. Dos 4 homens um deve ser especialista em comunicações, um em explosivos, um especialista médico e o último homem não está claro mas ele deve ser especialista em operações de inteligência além de ser o líder da equipe. Cada pelotão se especializa em uma área diferente:
1º - Infiltração por terra;
2º - Infiltração por ar (com capacidade de HALO);
3º - Operações anfíbias;
4º - Operações em montanha e no ártico.
Um dos quatros pelotões também é treinado especialmente para operações de resgate de reféns.
A Companhia de Reconhecimento de Longo Alcance tem a seguinte estrutura:
Pelotão de Commando com 8 Equipes.
Pelotão de Reconhecimento com 12 equipes (todas as equipe são formadas por 4 homens).
A Companhia de Apoio tem a seguinte estrutura:
Pelotão de Logística.
Pelotão de equipamentos de salto de Pára-quedas.
Pelotão Médico.
Pelotão de Manutenção e Repararo.
ARMAS E EQUIPAMENTOS
Os operadores do KSK usam uniformes de infantaria básicos do Exército alemão e além de coletes e as vezes capacetes de kevlar. Dentre as armas podemos destacar o fuzil H&K-G36 (5.56mm) e H&K-G3, além dos fuzis sniper H&K-21 LMG (5.56mm) e H&K-23 LMG (7.62x51mm) todos de fabricação alemã. Já entre as armas leves se destacam a pistola H&K-P8 e pistola sub-aquatica PII, além das muitas variações da submetralhadora H&K MP-5 (9mm). Os operadores do KSK também contam com o sistema de comunicação individual SEM52/SL e o sistemas de NGV.
HISTÓRICO DE COMBATE DO KSK
Bósnia: O KSK foi usando juntamente com outras unidades especiais (SAS, SEALs, etc) na caça de criminosos de guerras sérvios.
Kosovo: Desde a sua criação em 1996 o KLA - Exército do Libertação do Kosovo, vinha recebendo apoio do Bundesnachrichtendienst (BND), o serviço de inteligência alemão, juntamente com a CIA. As operações visavam enfraquecer Slobodan Milosevic, e força-lo a dar autonomia a província de maioria albaneza. Quando o conflito entre a Iugoslávia e a OTAN já era eminente, comandos dos KSK já treinavam guerrilheiros do KLA no norte da Albânia. Com o conflito aberto em 1999, o KSK foi usado em muitas operações secretas tanto em Kosovo, quanto na própria Iugoslávia.
Afeganistão: Provavelmente o KSK participou em 2001 da operação militar que libertou oito missionários de uma entidade humanitária alemã ameaçados de morte e detidos pelo Regime Taleban sob acusação de"propagar o cristianismo" no Afeganistão. Esta operação foi realizado com sucesso antes do início dos ataques americanos aquele país. Com a invasão do Afeganistão o KSK foi deslocado secretamente para o Afeganistão para participar das operações de caça a Al-Qaeda e do que sobrou do Regime Taleban.